(ANSA) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado (17), em discurso na cúpula da União Africana em Adis Abeba, capital da Etiópia, que a resposta de Israel aos atentados do Hamas é "desproporcional".
Em seu pronunciamento, o petista afirmou que "ser humanista implica condenar os ataques perpetrados" pelo grupo fundamentalista islâmico e "demandar a libertação imediata de todos os reféns".
No entanto, ressaltou que, da mesma forma, é necessário rechaçar a "resposta desproporcional de Israel, que vitimou quase 30 mil palestinos em Gaza - em sua ampla maioria mulheres e crianças - e provocou o deslocamento forçado de mais de 80% da população".
"A solução para essa crise só será duradoura se avançarmos rapidamente na criação de um Estado palestino que seja reconhecido como membro pleno das Nações Unidas", declarou.
Durante o discurso à União Africana, Lula também afirmou que as crises em curso no planeta "decorrem de um modelo concentrador de riquezas" e "atingem sobretudo os mais pobres", incluindo imigrantes.
Contudo, segundo o presidente, a "alternativa às mazelas da globalização neoliberal não virá da extrema direita racista e xenófoba", que costuma utilizar a imigração como cavalo de batalha.
"Só um projeto social inclusivo nos permitirá erigir sociedades prósperas, livres, democráticas e soberanas. Não haverá estabilidade nem democracia com fome e desemprego", disse.
Lula também destacou o "imperativo de proteger as duas maiores florestas tropicais do mundo", na Amazônia e na República Democrática do Congo, e defendeu a criação de um "verdadeiro cinturão verde" nos países do Sul Global.
"Em conjunto com parceiros africanos, o Brasil quer desenvolver e construir uma família de satélites para monitorar o desmatamento", disse. (ANSA)
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