(ANSA) - A União Europeia estuda deslocar pelo menos três navios militares ao Mar Vermelho em uma missão para proteger embarcações mercantis de ataques dos houthis, grupo rebelde que controla parte do Iêmen desde 2014.
A proposta foi apresentada aos 27 Estados-membros do bloco pelo Serviço Europeu de Ação Externa, equivalente da UE a um Ministério das Relações Exteriores.
O texto sugere o deslocamento de "pelo menos três destróieres ou fragatas antiaéreas com capacidade multimissão" por no mínimo "um ano".
A medida foi proposta antes dos ataques dos Estados Unidos e do Reino Unido a houthis no Iêmen, na madrugada desta sexta-feira (12), ação também voltada a assegurar a navegação mercantil no Mar Vermelho.
Nas últimas semanas, rebeldes iemenitas apoiados pelo Irã atacaram diversos navios comerciais que se dirigiam a Israel, como represália pela operação militar do país judeu na Faixa de Gaza após os atentados do Hamas de 7 de outubro.
"As dimensões exatas e a composição da operação estarão sujeitas a novos planejamentos operacionais", diz a proposta de Bruxelas. Segundo um diplomata europeu, a definição precisa das regras da missão e a composição do contingente ainda estão em discussão.
A inspiração, no entanto, seria uma operação de vigilância liderada pela França no Golfo Pérsico, englobando o Estreito de Ormuz e o Mar Arábico. Outros oito países da UE também participam dessa iniciativa: Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Grécia, Holanda, Itália, Noruega e Portugal.
O aval definitivo para a eventual operação no Mar Vermelho não deve chegar antes de fevereiro, a não ser que a situação se agrave. "Se a região se inflamar ainda mais, seria possível acelerar o processo", disse uma fonte diplomática.
Itália
Em nota, a Itália condenou os ataques dos Houthi contra navios mercantes no Mar Vermelho e confirmou seu firme apoio ao direito de navegação livre e segura, em conformidade com as normas internacionais.
“Diante do comportamento inaceitável dos Houthi, a Itália apoia as operações dos países aliados, que têm o direito de defender suas embarcações, no interesse dos fluxos comerciais globais e da assistência humanitária”, disse o governo italiano.
“É essencial garantir a segurança do Mar Vermelho, prevenindo e enfrentando ações desestabilizadoras que não estão no interesse nem dos atores locais, nem da comunidade internacional. É fundamental e um aumento adicional do nível de tensão na região", concluiu o texto.
(ANSA)
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