(ANSA) - Chegou a 21.110 o número de mortos na Faixa de Gaza durante o conflito entre Israel e o grupo fundamentalista Hamas, que controla o enclave palestino, segundo boletim divulgado nesta quarta-feira (27) pelo Ministério da Saúde local.
O balanço inclui 195 vítimas registradas nas 24 horas anteriores e também contabiliza 55.243 feridos e 7 mil desaparecidos desde o início da guerra, deflagrada após atentados terroristas cometidos pelo Hamas em Israel em 7 de outubro, com saldo de 1,2 mil mortos.
Além disso, 164 militares israelenses já morreram na incursão terrestre em Gaza.
Também nesta quarta-feira, o grupo fundamentalista desmentiu uma informação divulgada por um porta-voz do Exército dos Guardiães da Revolução Islâmica do Irã de que os ataques de 7 de outubro foram uma represália pelo assassinato do poderoso general iraniano Qasem Soleimani por um drone dos Estados Unidos em janeiro de 2020.
"Negamos o que foi dito sobre a operação e seus motivos. Ressaltamos diversas vezes as razões, sendo que a principal delas foi a ameaça à mesquita de Al-Aqsa. Todas as respostas da resistência palestina são uma reação à ocupação e à agressão ao povo palestino e aos lugares sagrados", disse o Hamas em um comunicado.
Comunicações
As linhas telefônicas e os serviços de internet começaram a ser gradualmente restabelecidos na Faixa de Gaza, após um blecaute nas comunicações iniciado na última terça-feira (26).
"Estamos felizes em comunicar a gradual retomada dos serviços de telecomunicações no centro e no sul da Faixa de Gaza, após um blecaute causado pela agressão", disse a empresa palestina de telecom Paltel.
Essa foi a quarta interrupção nas comunicações no enclave desde o início do atual conflito entre Israel e Hamas.
Erdogan
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, comparou o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, ao líder nazista alemão Adolf Hitler, que liderou o maior massacre de judeus da história da humanidade.
"Aquilo que Netanyahu faz não é menos do que aquilo que Hitler fez", disse o mandatário turco nesta quarta-feira, durante uma cerimônia em Ancara, ao comentar os ataques israelenses na Faixa de Gaza.
"A Alemanha continua a pagar o preço de Hitler, por isso não levanta sua voz", acrescentou Erdogan.
Netanyahu não deixou por menos e acusou o líder turco de "cometer um genocídio contra os curdos" e de "bater o recorde mundial de prisões de jornalistas contrários ao regime". "Nosso exército é o mais moral no mundo e combate e elimina a organização terrorista mais cruel no mundo", salientou.
Erdogan já havia feito comparação semelhante em 2018, ao dizer que não existia diferença entre a "obsessão de Hitler com uma raça ariana" e a visão de que Israel pertence "exclusivamente aos judeus".
Na ocasião, Netanyahu acusou o presidente de transformar a Turquia em uma "ditadura sombria" e de promover massacres contra curdos.
Itália
O ministro das Relações Exteriores e vice-premiê da Itália, Antonio Tajani, afirmou nesta quarta-feira que a reação de Israel ao Hamas precisa ser "proporcional" e que há muitas vítimas civis em Gaza, mas acusou o grupo fundamentalista islâmico de usar a população para conseguir apoio.
Em entrevista à imprensa local, Tajani também defendeu a solução dos dois Estados, "naturalmente com o Hamas fora da Faixa de Gaza". "A bússola deve ser uma reação proporcional, atingir o Hamas, mandar o Hamas para fora de Gaza e alcançar a paz, talvez com o interregno de uma presença das Nações Unidas no território", declarou o ministro das Relações Exteriores.
"Há muitos civis palestinos mortos, mas também é verdade que o Hamas usa a população civil para provocar uma reação no mundo árabe. Sempre dissemos a nossos amigos israelenses que é preciso ter uma reação proporcional", reforçou Tajani.
Shin Bet
Uma fonte do Shin Bet (agência de segurança interna de Israel) israelense na Faixa de Gaza havia fornecido informações específicas indicando que o Hamas estava planejando um "ataque significativo" no início de outubro, meses antes do ataque (durante o verão, entre junho e agosto)
A informação foi divulgada pelo canal israelense Channel 12 e repercutida por outros meios de comunicação.
Segundo relatos, o Shin Bet teria recebido essa informação por meio de um agente cuja identidade não foi revelada, mas que a recebeu de alguém que sabia que "o Hamas estava planejando uma importante movimentação na semana seguinte ao Yom Kippur".
De acordo com o Channel 12, o gestor da fonte repassou a informação, prevendo que, se a execução do plano estivesse realmente próxima, mais informações seriam fornecidas.
No entanto, as informações específicas acabaram sendo retidas em um nível inferior e não alcançaram as autoridades de patente superior.
(ANSA)
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