(ANSA) - Saleh Nikbakht, advogado da família da iraniana Jina Mahsa Amini, jovem que morreu por não usar o véu corretamente, foi condenado neste sábado (16) a um ano de reclusão.
O advogado de 73 anos foi acusado de "propaganda contra o sistema por ter sido entrevistado pela mídia dissidente iraniana", informou seu representante, Ali Rezai, ao jornal Shargh.
Em uma cerimônia em Estrasburgo, na França, Nikbakht representou a família de Amini ao receber na última terça-feira (12) o Prêmio Sakharov, atribuído pelo Parlamento da União Europeia.
Os pais e o irmão da iraniana foram detidos no aeroporto de Teerã e tiveram os seus passaportes confiscados, no último dia 8 de dezembro, quando estavam a caminho da França para a premiação. A família da ativista está agora proibida de viajar.
A jovem curda de 22 anos foi presa polícia em Teerã por supostamente ter desrespeitado as regras sobre o uso do véu islâmico. Ela faleceu em um hospital três dias depois de sua detenção devido a agressões sofridas sob custódia.
A morte de Amini desencadeou uma onda de protestos contra o regime teocrático em vigor no país desde 1979, o uso obrigatório do véu e a discriminação de gênero.
O vice-premiê e chanceler da Itália, Antonio Tajani, chegou a homenagear a iraniana em um evento em Roma focado no país, realizado por ocasião da premiação.
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