(ANSA) - Passou de 8,3 mil o número de mortos na Faixa de Gaza desde o início da atual guerra entre Israel e o grupo fundamentalista Hamas, que controla o enclave palestino.
Segundo balanço divulgado nesta segunda-feira (30) pelo Ministério da Saúde local, os bombardeios israelenses já fizeram 8.306 vítimas, incluindo 3.457 menores de idade e 2.136 mulheres, desde 7 de outubro, enquanto outras 21 mil pessoas ficaram feridas.
A guerra foi deflagrada após ataques sem precedentes cometidos pelo Hamas em Israel, que deixaram cerca de 1,4 mil mortos, dos quais mais de 200 ainda não foram identificados.
O grupo fundamentalista também mantém 229 reféns, de acordo com as Forças de Defesa de Israel (IDF), que continuam a aumentar as operações combinadas por terra, mar e ar.
"A questão dos reféns não é apenas uma questão nacional israelense, mas também global", afirmou o porta-voz do exército, Daniel Hagari, enfatizando que "crianças, mulheres e idosos, israelenses e cidadãos estrangeiros, são mantidos reféns por uma organização assassina que cometeu crimes de guerra e crimes contra a humanidade".
Nas últimas horas, os soldados que lutam contra o Hamas dentro de Gaza frustraram "tentativas de ataque de numerosas células terroristas que tentavam atingir as tropas".
Além disso, Hagari garantiu que quatro altos líderes militares do Hamas foram eliminados e afirmou que os tanques que haviam alcançado a "artéria central de Gaza", Sallah-a-din, recuaram.
No entanto, as tropas israelenses continuam a aumentar as operações dentro de Gaza e já mataram dezenas de terroristas que se barricaram em edifícios e túneis tentando atacar os soldados.
Ao todo, mais de 600 alvos foram atingidos nos últimos dias, incluindo depósito de armas, dezenas de estações de lançamento de mísseis, esconderijos subterrâneos e locais de treino utilizado pelo Hamas.
Itália
O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, fez um novo alerta ao governo israelense sobre os ataques contra a população civil e informou que duas mulheres grávidas estão entre os 14 italianos presos na Faixa de Gaza.
“A mensagem que enviamos muito claramente aos israelenses, a mesma mensagem do presidente dos EUA, Joe Biden, é prestar grande atenção à população civil [em Gaza] porque uma coisa é atacar corretamente os centros terroristas do Hamas, outra coisa é a população civil que o Hamas usa como escudo humano”, alertou Tajani à rádio RTL.
De acordo com o chanceler italiano é preciso “garantir que a situação não se deteriore”. Um novo balanço divulgado pelo Ministério da Saúde de Gaza mais de 8,3 mil pessoas já morreram na região em decorrência dos bombardeios de Israel, sendo mais de 3,4 mil menores de idade e 2,1 mulheres.
Durante a entrevista, Tajani também relatou que a unidade de crise da Itália “está em contato com todas as outras unidades de crise dos países que têm cidadãos na Faixa de Gaza”.
"Estamos acompanhando os 14 italianos e cinco de seus parentes minuto a minuto", garantiu ele, acrescentando que os cidadãos não estavam na zona de conflito. “Há duas mulheres grávidas entre eles. Todas estão em contato com nosso consulado em Jerusalém”.
Hoje, o governo italiano anunciou que um avião militar que transporta ajuda humanitária para a população palestina em Gaza deverá pousar em breve no Egito.
A informação foi confirmada pelo ministro da Defesa da Itália, Guido Crosetto, que explicou que a ajuda será transportada para Gaza através da passagem de Rafah, na fronteira sul.
O voo foi organizado em conjunto com o Ministério das Relações Exteriores italianos, a Organização das Nações Unidas e o Crescente Vermelho.
Crosetto explicou ainda que os navios de guerra foram preparados para transportar mais ajuda quando a situação de segurança permitir e garantiu que os militares italianos estão preparados para evacuar os civis por motivos médicos, se necessário.
"É necessário fazer uma distinção clara entre o Hamas, que é uma organização terrorista perigosa que visa destruir o Estado de Israel, e o destino, presente e futuro, do povo palestino que está sofrendo perdas extremamente pesadas", alertou o ministro italiano.
Segundo ele, "é por isso que o Ministério da Defesa está pronto com todos os seus meios para fazer todo o possível, fornecer itens essenciais, bem como para evacuar civis estrangeiros, israelenses e árabes por razões sanitárias".
Por fim, Crosetto reiterou que a Itália está trabalhando ao máximo "através dos esforços de todos os membros do governo" para conseguir uma desescalada do conflito Israel e Hamas o mais rapidamente possível".
"Seria verdadeiramente trágico se a guerra atual, a partir da reação compreensível de Israel e da consequente contraofensiva militar terrestre, inflamasse o mundo islâmico e desencadeasse uma nova guerra entre o Ocidente e o Islã", concluiu.
Mais cedo, Tajani já havia dito que o governo continuará "a enviar mais ajuda humanitária para Gaza amanhã para reduzir as dificuldades do povo palestino que nada tem a ver com os terroristas do Hamas".
Brasil
No âmbito da operação Voltando em Paz, o governo do Brasil enviou nesta segunda-feira (30) duas toneladas de alimentos doados pelos camponeses do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) para a população da Faixa de Gaza. Mais de 30 brasileiros aguardam repatriação na área.
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