(ANSA) - O conflito iniciado após um ataque massivo do Hamas a Israel entrou no segundo dia neste domingo (7).
Até o momento, as autoridades confirmaram mais de 1,1 mil mortes - 700 em Israel, 413 na Faixa de Gaza e sete na Cisjordânia, além de milhares de feridos e desaparecidos.
Israel está concentrando todos os esforços em uma contraofensiva. O Exército israelense informou que já conduziu 500 ataques em Gaza.
Segundo o Ministério de Relações Internacionais de Israel, houve registro de um ataque no Egito: "Nesta manhã, durante uma visita turística de um grupo israelense em Alexandria, no Egito, um local abriu fogo contra eles, matando dois civis israelenses e a guia egípcia".
"Além disso, há um ferido israelense com estado de saúde estável. O Ministério e a Embaixada no Cairo estão colaborando com autoridades egípcias para repatriar os cidadãos israelenses para Israel o mais breve possível", diz o comunicado.
Fontes afirmam que haveria ainda em Israel duas "células dormentes" do Hamas prontas a entrar em ação se os militares israelenses entrarem na Faixa de Gaza para uma operação por terra, o que é esperado.
Um porta-voz do Hamas, Ghazi Hamad, declarou à BBC que o ataque recebeu apoio do Irã.
O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, pediu aos palestinos que deixem Gaza e prometeu reduzir os esconderijos do Hamas a ruínas.
"Nos vingaremos do Hamas por esse dia escuro. O Exército usará toda a força para perseguir o Hamas, atingiremos em qualquer lugar. O que aconteceu nunca havia acontecido em Israel e farei com que nunca aconteça de novo. Será uma guerra que levará tempo, será difícil, dias desafiadores estão diante de nós", declarou.
Ele também advertiu que o Hamas não "encoste em um fio de cabelo dos reféns em Gaza": "Vocês fazem parte da cadeia dos heróis de Israel e estamos com vocês".
O ex-premiê israelense Naftali Bennet se apresentou aos militares no front para se alistar como reservista.
As informações foram divulgadas na mídia israelense, mostrando um vídeo de poucos segundos, que circula também nas redes sociais.
As imagens mostram Bennett usando um uniforme de reservista, com camiseta preta, enquanto se apresenta e aperta as mãos de outros reservistas diante do que parece ser um galpão militar.
ITÁLIA
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, fez uma ligação neste domingo com o premiê Benjamin Netanyahu.
Meloni reforçou a plena solidariedade do governo italiano pelos ataques repentinos, e a proximidade aos familiares das vítimas, aos reféns e aos feridos.
Segundo uma nota do governo, a Itália trabalhará com parceiros internacionais para coordenar ações de apoio: “O país está ao lado do povo israelense neste momento difícil”.
O ministro das Relações Exteriores e vice-premiê da Itália, Antoni Tajani, disse que "não há notícias negativas sobre os italianos em Israel": "São 18 mil os nossos compatriotas que vivem lá, muitos com dupla nacionalidade, e há também militares, além de cerca de 500 turistas italianos em Israel. Calculamos que haja também uma dezena na Faixa de Gaza, onde temos carabineiros que formam policiais palestinos".
"Aconselhamos que os cidadãos italianos que queiram voltar a não irem ao aeroporto sem passagem aérea. Há duas companhias operando, Israir e EI AI: com as duas se pode voltar à Itália. Nossa Embaixada dá informações a todos os italianos que solicitarem", acrescentou, relatando que irá ao Egito nesta semana falar sobre o conflito.
BRASIL
O Brasil anunciou uma operação de repatriação na área de conflito.
Também há previsão de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU neste domingo. A presidência de turno é do Brasil.
O país fará um apelo para que “se pratique a moderação” para evitar a escalada do conflito entre Israel e Hamas.
As informações foram divulgadas pela CNN Brasil. O Brasil também deve defender a retomada dos acordos de Oslo, assinados em Washington em 1993 e que instituíram a Autoridade Nacional Palestina, incluindo aspectos como a abertura de negociações nos territórios ocupados e a retirada de Israel de áreas da Faixa de Gaza e da Cisjordânia.
UE
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e o alto representante da União Europeia para Política Externa, Josep Borrell, fizeram uma série de contatos com os líderes dos países da região do conflito intensificado após o ataque do Hamas a Israel.
Os líderes europeus destacaram a necessidade de evitar a escalada do conflito e apelaram pelo fim das hostilidades e pela liberação imediata dos reféns, pelo respeito aos direitos humanos e aos civis.
Sobre isso, Michel falou inclusive com o presidente palestino, Mohammad Shtayyeh, e com o rei da Jordânia, Abdullah II, com quem destacou a necessidade de evitar que o conflito se estenda até a Cisjordânia, alimentando novas tensões entre as comunidades israelense e árabe.
A presidente do poder Executivo da União Europeia, Ursula von der Leyen, se manifestou no Twitter: “A brutalidade em larga escala do ataque terrorista do Hamas nos deixa sem fôlego. Pessoas indefesas mortas a sangue frio pelas ruas. Estamos com força com Israel e sua população”.
VATICANO
Durante a tradicional oração do Angelus, na Praça de São Pedro, no Vaticano, o papa Francisco lamentou o conflito neste domingo.
"Acompanho com apreensão e dor o que está ocorrendo em Israel, onde a violência explodiu mais ferozmente, deixando centenas de mortos e feridos", disse o pontífice.
"Que os ataques armados parem, por favor, e que se entenda que o terrorismo e a guerra não levam a nenhuma solução, só à morte de muitos inocentes. A guerra é sempre uma derrota. Oramos para que haja paz em Israel e na Palestina", acrescentou o Papa.
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS © Copyright ANSA