(ANSA) - O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, renovou nesta quarta-feira (4) seu convite para o papa Francisco visitar o país e revelou que faltam munições e antiaéreos para uma contraofensiva na guerra deflagrada pela Rússia.
"O Papa foi convidado por mim para ir à Ucrânia. Eu ficaria feliz se ele viesse", reiterou ele em entrevista à Sky Tg24, como parte das comemorações dos 20 anos da emissora italiana.
O líder ucraniano evocou a mediação iniciada pela Santa Sé e ressaltou que é preciso concentrar-se nas questões humanitárias e no regresso das crianças deportadas para a Rússia.
Além disso, aproveitou para agradecer a Itália e a Europa por todo o apoio e enfatizou que "esta é a guerra mais importante do mundo ocidental" e está "fazendo tudo para que esta se torne a última guerra" para garantir o respeito pela integridade territorial.
Zelensky afirmou que sua contraofensiva continua, passo a passo, para fazer de tudo para repelir o inimigo, mas revelou que "as dificuldades são que existem campos minados, faltam munições e antiaéreos".
"A defesa aérea é importante para a contraofensiva, mas também para proteger a população", declarou Segundo ele, o inverno é outro desafio para a população e para os militares do país e é preciso enfrentá-lo sem perder a iniciativa no campo de batalha.
Na conversa, o presidente ucraniano também disse estar convencido que os Estados Unidos e a União Europeia estão e vão permanecer do lado de seu país durante a guerra.
"A Federação Russa está mais fraca do que estava no início desta guerra. A intenção dos russos é congelar o conflito, mas isso não ajudará a Ucrânia. Qualquer pausa significa ajudar a Rússia", acrescentou, admitindo que "todos gostariam de ver resultados rápidos no campo de batalha, mas isso é em grande escala e já dura quase dois anos.
Por fim, criticou seu homólogo russo, Vladimir Putin, falando que a "demonstração de armas nucleares não é uma demonstração de força, mas de fraqueza por parte dos russos, porque a batalha no campo e a diplomacia não trouxeram os resultados que desejavam".
Para ele, no final do ano, haverá mais ameaças nucleares, segundo os serviços de inteligência da Ucrânia.
Tragédia Veneza
Além disso, Zelensky prestou solidariedade a todas as 21 vítimas do acidente de ônibus registrado em Veneza, no norte da Itália, ocorrido na noite da última terça-feira (3).
"Quero expressar minhas condolências às famílias dos feridos e dos mortos em Mestre. Sei que também há ucranianos, italianos, franceses, espanhóis. É uma tragédia que hoje une muitos países", lamentou.
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