(ANSA) - Longamente aplaudido antes mesmo de falar, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, discursou nesta terça-feira (19) na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) confirmando a expectativa de acusações à Rússia pela invasão e a guerra.
Na primeira delas, afirmou que a Rússia não tem direito de ter armas nucleares e reforçou que o perigo diz respeito ao mundo inteiro. Ele também acusa o país de genocídio na deportação de crianças ucranianas que, segundo ele, serão ensinadas a odiar a Ucrânia e terão suas ligações familiares destruídas.
"Sabemos os nomes de dezenas de milhares de crianças e temos provas de centenas de milhares de outros sequestrados na Rússia nos territórios ocupados, e depois deportados. A Corte Penal Internacional emitiu mandados de prisão por esses crimes e queremos levar as crianças para casa. O tempo passa, o que acontecerá com eles?".
"Não se pode crer no diabo. Perguntem a Yevgeny Prigozhin", provocou, citando o líder do grupo mercenário Wagner que morreu em uma queda de avião.
"A Rússia está usando a falta de grãos e os preços da comida como armas. Está usando a energia como arma. Quero agradecer aos líderes que apoiaram o acordo sobre o grão", acusou, em relação à suspensão do acordo com a Rússia que criava corredores de exportação de grãos ucranianos para outros países.
Ainda sobre isso, Zelensky fez um apelo para que os países apoiem um corredor temporário de exportação marítima para garantir que seus produtos alimentares cheguem ao mercado global, definindo como "alarmante" ver como alguns países europeus "atuam a solidariedade no teatro político".
A fala diz respeito a Polônia, Eslováquia e Hungria, que anunciaram que vão manter as restrições sobre as importações de grãos ucranianos, apesar de uma determinação da União Europeia em contrário.
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