(ANSA) - A França reforçou seu efetivo para controlar o fluxo de migrantes na fronteira com a Itália, que enfrenta um aumento das chegadas de deslocados internacionais via Mar Mediterrâneo.
Do lado francês da divisa, é possível ver veículos com a escrita "Missão Vigipirate", plano de segurança criado em 1978 pelo então presidente Valéry Giscard d'Estaing para combater o terrorismo no país.
No entanto, a Prefeitura do Departamento de Alpes Marítimos negou à ANSA nesta terça-feira (19) o destacamento de forças "antiterrorismo" para a região. "Foram deslocados 120 militares da Força de Fronteira que realizam, noite e dia, ações de vigilância, com missões de dissuasão, coleta de informações e identificação de estrangeiros em situação irregular", acrescentou o organismo.
Grande parte dos deslocados internacionais que chegam à Itália via Mediterrâneo não quer ficar no país e tenta seguir viagem para outros Estados-membros da União Europeia, como Alemanha, Áustria e Holanda, além da própria França, que vem usando até drones e um helicóptero na vigilância.
Por conta desse cenário, as autoridades francesas também trabalham na construção de um centro de identificação de migrantes na fronteira italiana.
Na última segunda-feira (18), o ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, esteve em Roma e prometeu ajuda à Itália, apesar das medidas de reforço da segurança.
No entanto, Darmanin, voltou a afirmar hoje que seu país "não acolherá migrantes" da ilha de Lampedusa.
"A França não acolherá migrantes de Lampedusa. A França tem uma posição de firmeza", declarou Darmanin em entrevista ao telejornal da emissora TF1.
Segundo o ministro francês, em vez de acolher os migrantes, foi dito aos "nossos amigos italianos que estamos prontos para ajudá-los a repatriar pessoas para países com os quais mantemos boas relações diplomáticas". Entre as nações, Darmanin citou a Costa do Marfim e o Senegal.
"Devemos ser firmes em relação à imigração irregular. Não é acolhendo mais pessoas que reduziremos um fluxo que afeta as nossas capacidades de integração", enfatizou.
Por fim, o representante do governo de Emmanuel Macron "reiterou também a diferença que, na sua opinião, existe entre migrantes e refugiados políticos: para eles, é dever da França e dos países acolhê-los".
A principal porta de entrada para migrantes na UE é a ilha italiana de Lampedusa, que recebeu mais de 7 mil pessoas apenas entre 12 e 13 de setembro e continua registrando desembarques. O centro de acolhimento local ainda abriga mais de mil deslocados, embora tenha capacidade para 350.
Em reação à crise, o governo da premiê Giorgia Meloni aprovou um plano para reforçar as repatriações de quem não tem direito a refúgio e vem cobrando maior solidariedade da União Europeia, algo que depende da vontade de cada Estado-membro.
"O único método de combater eficazmente esse tipo de invasão é fechar as fronteiras e tomar decisões sobre a repatriação dos imigrantes aos países de origem", disse Jaroslaw Kaczynski, líder do partido de extrema direita Lei e Justiça (PiS), que governa a Polônia.
Segundo o Ministério do Interior da Itália, o país já recebeu 130,6 mil deslocados internacionais via Mediterrâneo em 2023, quase o dobro do número registrado no mesmo período do ano passado.
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