(ANSA) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reiterou nesta terça-feira (19), em discurso na Assembleia Geral da ONU, seu "forte apoio" à Ucrânia e afirmou que somente a Rússia pode acabar com a guerra deflagrada desde fevereiro de 2022.
O democrata criticou a atuação de Moscou no território ucraniano e o descumprimento de acordos, como a Carta das Nações Unidas - o principal tratado da ONU - , além de responsabilizar o regime de Vladimir Putin inteiramente pela ofensiva.
"Só a Rússia que tem responsabilidade sobre essa guerra, e só a Rússia pode acabar com essa guerra", afirmou ele, acusando o governo russo de romper acordos de 50 anos.
O líder americano reforçou seu apoio ao presidente Volodymyr Zelensky e garantiu que seu país estará ao lado da Ucrânia para garantir sua soberania e integridade territorial.
"Continuaremos ao lado da Ucrânia. Não é só um investimento na Ucrânia, é um investimento em todos", acrescentou ele, enfatizando que "nós não podemos sacrificar a declaração de direitos humanos".
Biden disse que a Rússia não vai vencer o conflito pelo cansaço.
"A Rússia acredita que o mundo vai se cansar e permitir que ela brutalize a Ucrânia sem consequências. Mas se abandonarmos os valores centrais da Carta das Nações Unidas para acalmar um agressor, os estados-membros poderão confiar que estão protegidos? Se permitirmos que a Ucrânia seja repartida, a independência de qualquer país estará segura?", questionou.
Durante seu pronunciamento, o chefe de Estado também falou na vontade de seu governo em trabalhar na resolução dos conflitos no Oriente Médio e expressou seu desejo de ter um mundo livre de armas químicas.
Biden chegou, inclusive, a ressaltar que os Estados Unidos buscam um mundo mais seguro, mais próspero e justo para todos, na tentativa de "mudar o curso da humanidade", e denunciou as injustiças e desigualdades do planeta.
Ele defendeu ainda uma reforma para expandir o Conselho de Segurança da ONU, revelando que, desde o ano passado, teve consultas sérias com muitos Estados-membros e que continuará a fazer sua parte para "pressionar por mais reformas".
O democrata reiterou o compromisso dos Estados Unidos em reformar outras instituições multilaterais e revelou que está trabalhando em conjunto com outras nações para fortalecer medidas regulatórias da Inteligência Artificial.
Em relação à China, Biden falou sobre sua atual relação com o país liderado por Xi Jinping e especificou que "tem muito interesse" em seguir com as parcerias comerciais com a nação asiática. A declaração é dada após Washington e Pequim protagonizarem uma das piores crises diplomáticas.
"Quero ser claro sobre a China. Vamos tentar gerir a concorrência de forma responsável para que não conduza a conflitos", afirmou ele, reiterando que "não quer conter Pequim nem a dissociação das duas economias", além de "querer colaborar com a China em algumas questões, como a luta contra as alterações climáticas".
Além disso, o presidente dos Estados Unidos também defendeu mudanças no Banco Mundial para a instituição passar a financiar países emergentes e disse que os países ricos precisam "fazer mais" pelo mundo.
"Os EUA investiram mais de US$ 100 bilhões para melhorar a segurança alimentar no mundo e combater doenças. Mas nós todos temos que fazer mais. Precisamos preencher as lacunas abertas pela pandemia, precisamos lidar com as dívidas de países de renda média e pequena", afirmou.
Neste contexto, Biden pediu que uma missão internacional seja enviada ao Haiti "o mais rápido possível" e reiterou seu apoio nos esforços para combater as mudanças climáticas, citando as enchentes na Líbia e os incêndios na Europa como resultados da mudança do clima.
"Desde o primeiro dia do meu governo, os EUA tratam essa crise como a ameaça existencial que é, não só para nós, mas para toda a humanidade. Esses retratos contam uma história urgente do que nos aguarda se falharmos em reduzir a dependência de combustíveis fósseis", disse.
Por fim, o líder americano defendeu a proteção a minorias e reforçou que "não podemos sacrificar a Declaração (Universal) dos Direitos Humanos". "Todos se uniram em nome desses direitos. Não podemos virar as costas a eles. Precisamos trabalhar para que mulheres, crianças, indígenas e minorias tenham direitos fundamentais. LGBTQIA+ não podem ser discriminados por serem quem são", concluiu.
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS © Copyright ANSA