(ANSA) - O governo da Itália afirmou neste domingo (27) que a ilha de Lampedusa vive uma situação "insustentável" por conta da chegada em massa de migrantes forçados através do Mar Mediterrâneo.
Situada a apenas cerca de 100 quilômetros em linha reta da Tunísia, Lampedusa é a principal porta de entrada para deslocados internacionais na União Europeia. No entanto, seu centro de acolhimento, com capacidade para 350 pessoas, abriga mais de 4,2 mil indivíduos no momento.
"A situação aqui é insustentável", afirmou o ministro das Empresas e do Made in Italy, Adolfo Urso, durante uma visita à ilha. "A Europa deve dar uma mão aos italianos para administrar esse fenômeno da melhor forma possível", ressaltou.
Desde sexta-feira passada (25), Lampedusa registrou 120 desembarques, totalizando quase 4,1 mil migrantes. Com isso, o número de pessoas no centro de acolhimento local chegou ao recorde de 4.267.
Para aliviar a pressão sobre a ilha, o Ministério do Interior determinou a transferência de 690 deslocados já neste domingo para Porto Empedocle (550), na Sicília, Pratica di Mare (70), nos arredores de Roma, e Pisa (70), na Toscana.
Diante desse cenário, o prefeito de Lampedusa, Filippo Manino, disse que o fenômeno migratório "saiu do controle do governo". "A nossa paciência está acabando. Peço à premiê Giorgia Meloni que venha passar dois dias em Lampedusa comigo. Vamos sentar no meu gabinete e encontraremos uma solução", afirmou.
Segundo o Ministério do Interior, a Itália já recebeu 107,5 mil migrantes forçados via Mediterrâneo em 2023, alta de 103% na comparação com o mesmo período do ano passado. (ANSA)
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