(ANSA) - A rota migratória do Mar Mediterrâneo Central, entre o norte da África e o sul da Itália, registrou entre janeiro e julho o maior número de travessias desde 2017, em mais um sinal do agravamento da crise humanitária na região.
Segundo dados da Frontex, agência da União Europeia para controle de fronteiras, mais de 89 mil migrantes fizeram a travessia do Mediterrâneo Central nos primeiros sete meses de 2023.
"Trata-se do total mais alto nesta rota para este período desde 2017", diz um comunicado do órgão. "O Mediterrâneo Central continua sendo a rota mais ativa com destino à UE", acrescenta a nota.
A Itália já contabiliza 94,8 mil chegadas entre 1º de janeiro e 10 de agosto, número 110% maior que no mesmo período do ano passado.
Ainda de acordo com a Frontex, o número de entradas irregulares através das fronteiras externas da UE cresceu 13% entre janeiro e julho, chegando a 176,1 mil, cifra mais alta para o período desde 2016.
"O aumento foi inteiramente determinado pelo número de chegadas pelo Mediterrâneo Central", afirma a agência, alertando que a pressão migratória nessa rota "pode persistir nos próximos meses, com contrabandistas que oferecem preços mais baixos para migrantes que partem da Líbia e da Tunísia, em um contexto de forte concorrência entre os grupos criminosos".
A rota do Mediterrâneo Central também é considerada uma das mais mortais do mundo e já fez mais de 1,8 mil vítimas apenas em 2023, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM). O último grande naufrágio na região ocorreu na semana passada, diante da costa da Líbia, e deixou pelo menos 41 mortos. (ANSA)
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