(ANSA) - As autoridades italianas revelaram nesta quinta-feira (15) que informou a Grécia sobre a situação do barco superlotado que naufragou na costa do Peloponeso, no sul do país, provocando a morte de dezenas de migrantes.
De acordo com a reconstrução da Guarda Costeira Italiana, o centro de coordenação de resgate marítimo do "Belpaese" recebeu um e-mail na manhã da última terça-feira (13) indicando um barco em perigo, com cerca de 750 migrantes a bordo. Nenhum detalhe foi informado no texto, apenas o número de um telefone via satélite a bordo.
Com isso, o Centro de Operações da Guarda Costeira de Roma entrou em contato com o número e verificou que a embarcação se encontrava na área de responsabilidade de busca e salvamento do mar da Grécia, a 60 milhãs náuticas da costa grega e 260 milhas náuticas da Itália.
Na sequência, as autoridades italianas informaram imediatamente a Guarda Costeira grega, prestando todas as informações úteis para a operação de resgate.
O barco, porém, naufragou na última quarta (14) e deixou pelo menos 78 migrantes mortos, número que pode aumentar drasticamente tendo em vista que centenas de indivíduos estavam a bordo. A maioria dos migrantes ainda está desaparecida.
Segundo o médico Manolis Makaris, responsável pelo acolhimento dos sobreviventes no hospital Kalamata, "é possível que haja até 600 mortos" na tragédia. "Todos me disseram que no barco lá eram 750 pessoas, todo mundo me falou desse número", explicou ele à BBC.
Até agora, cerca de 100 pessoas foram resgatadas com vida. "Eles viajaram cinco dias em condições desesperadoras, sem água e pensaram que iam morrer: alguns dizem que já durante a viagem, antes do naufrágio, pessoas morreram de calor e desidratação, mas ainda não temos confirmação dessas vítimas", relatou Marilena Giftea, voluntária da Cruz Vermelha empenhada em prestar assistência no cais de Kalamata aos sobreviventes.
O pesqueiro superlotado havia partido de Tobruk, no litoral leste da Líbia, com destino à Itália, principal porta de entrada para migrantes forçados na União Europeia (UE).
Hoje, as autoridades gregas prenderam entre 11 e 12 pessoas acusadas de serem os contrabandistas do barco de migrantes naufragado, relatou a BBC, citando a emissora de TV pública grega ERT.
Conforme a mídia grega, os suspeitos têm origem egípcia e foram identificados por migrantes resgatados que pagaram entre US$ 4 mil e US$ 6 mil cada um pela viagem. Todos os acusados, segundo informações da Guarda Costeira, já foram levados ao Ministério Público.
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