(ANSA) - Assim como outros países ocidentais, o Brasil evacuou cerca de 20 cidadãos que estavam no Sudão neste domingo (23), informou o embaixador brasileiro na Itália, Hélio Vitor Ramos, durante um evento em Pistoia nesta segunda-feira (24).
"Estamos preocupados pelo que está acontecendo no Sudão. Tínhamos ali 20 dos nossos cidadãos que encontramos e levamos para fora do país - e que agora estão em Djibouti. De lá, partirão em breve para voltar ao Brasil. Esse é um grande problema porque é uma guerra e, mesmo não sendo tão próxima, cria preocupação geral", afirmou Ramos.
A rota Sudão-Djibouti, país que fica no Chifre da África, também está sendo usada por países como a Itália para evacuar seus civis e diplomatas. O conflito entre forças de segurança do governo e rebeldes pelo poder do país já deixou centenas de mortos.
Durante o evento em Pistoia, Ramos ainda reafirmou a preocupação com a guerra na Ucrânia "porque essa é uma crise que ameaça a democracia e ameaça a paz". "Esperamos que se possa chegar a um acordo para colocar fim à invasão de um país soberano, como é a Ucrânia", acrescentou.
Brasileiros mortos na guerra
Anualmente, a Itália faz uma celebração em Pistoia para relembrar os 462 soldados e oficiais brasileiros que morreram no país durante a Segunda Guerra Mundial. Ali ficava o único cemitério brasileiro do pós-conflito na Itália.
Em 1960, o governo decidiu levar os restos mortais dos homens para o Rio de Janeiro, onde foram sepultados, mas a cidade toscana manteve o monumento de homenagem aos combatentes e as lápides com os nomes dos soldados.
"Hoje no Brasil existem 35 milhões de brasileiros com sobrenomes italianos. Essa é a grande demonstração de ligação entre os dois países, que é algo único no mundo. Aqui na Itália chegaram 25 mil jovens brasileiros para lutar pela liberdade da Itália. Assim, o Brasil teve um papel fundamental para a reconquista da democracia na Itália e a libertação de um país tão ligado ao Brasil. Estar aqui para prestar homenagem é um prazer e uma honra", finalizou Ramos.
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