(ANSA) - Os ministros europeus de Energia ratificaram por maioria nesta terça-feira (28) o acordo que proíbe que veículos com motores a combustão, que usam diesel e gasolina, sejam produzidos no bloco a partir de 2035.
O acordo ocorreu após a União Europeia e a Alemanha fecharem um entendimento no último domingo (26) sobre a inclusão dos chamados combustíveis sintéticos (e-fuel) entre os tipos de energia autorizados.
No entanto, a aprovação não foi unânime. A Itália se absteve no voto final do Conselho de Energia, ao lado de Bulgária e Romênia, por conta da não inclusão dos chamados biocombustíveis - uma das bandeiras do governo de Roma para a regulamentação. Já a Polônia foi o único voto contrário ao texto.
O ministro do Ambiente italiano, Gilberto Pichetto, afirmou que o país vai trabalhar "no âmbito dos procedimentos de aprovação dos atos legislativos indicados pela Comissão Europeia, a também incluir os biocombustíveis entre os combustíveis neutros em termos de CO2".
"Consideramos que a previsão na declaração da Comissão apenas dos combustíveis sintéticos representa uma interpretação muito restritiva", acrescentou.
A polêmica sobre a aprovação do acordo foi se arrastando nas últimas semanas, especialmente pela posição dos alemães. No entanto, a UE deixou claro que não faria alterações profundas no documento, que já havia sido aprovado pelo Parlamento Europeu.
Conforme o comissário do bloco para o Ambiente, Frans Timmermans, os trabalhos agora seriam para determinar os padrões de CO2 para a regulamentação do e-fuel, mas a inclusão dele entre os combustíveis permitidos era totalmente certa.
O chamado electrofuel é criado por meio de um processo de eletrólise da água, que deve ser feito por meio de fontes renováveis, com o objetivo de obter hidrogênio. Esse último, é misturado com o CO2 capturado do ar. Assim, é criado um combustível líquido que pode ser usado em motores de combustão interna.
A tecnologia ainda emite o gás poluente em menor quantidade, mas é considerada limpa pelo ponto de vista da neutralidade climática, já que compensa a emissão com o que é capturado para a produção.
Acordo sobre estações de carga
Horas antes da votação final, o Conselho e o Parlamento Europeu fecharam um acordo inicial sobre a criação, nas principais estradas dos países União Europeia, de estações de recarga elétrica e a hidrogênio para carros e veículos de grande porte.
De acordo com o Europarlamento, as estações de energia elétrica deverão ser instaladas a cada 60 quilômetros até 2026 nas principais rotas prioritárias de transportes europeus, as chamadas Ten-T. Para os meios de transporte pesados, deve haver uma a cada 120km até 2028.
Já as de distribuição de hidrogênio devem ser instaladas a cada 200km até 2031.
Para se tornar definitivo, o acordo precisará ser aprovado pelos embaixadores dos 27 países-membros e do Conselho Europeu, além da Comissão de Transportes e pelo plenário do Parlamento Europeu.
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