(ANSA) - As últimas imagens do barco que naufragou no último dia 26 de fevereiro na costa de Cutro, na região da Calábria, com cerca de 180 migrantes a bordo, foram divulgadas nesta quarta-feira (22).
A tragédia, uma das mais marcantes dos últimos anos, provocou a morte de 88 pessoas, incluindo 25 crianças. Todas as vítimas eram prevalentemente de quatro nações em crises profundas: Síria, Afeganistão, Irã e Iraque.
O vídeo foi revelado pela Frontex, agência da União Europeia para controle de fronteiras, durante uma audiência no Parlamento Europeu.
De acordo com o diretor da Frontex, Hans Leijtens, a organização "cumpriu a tarefa de reportar às autoridades italianas, cabendo a elas a decisão de fazer a Guarda de Finanças intervir ou iniciar uma operação", apesar de o governo da premiê Giorgia Meloni negar.
O executivo destacou que "as imagens compartilhadas" em tempo real com o Centro de Coordenação" mostraram "uma embarcação que naquele momento não estava em perigo mas que levantava questões" e "todo o resto foi uma decisão que coube à Itália".
"Cada vida perdida é uma vida perdida e acho que encontrar maneiras de salvar vidas deve estar no topo da lista de pensamentos", ressaltou Leijtens, dirigindo-se aos eurodeputados do Comitê de Liberdades Civis (Libe).
O diretor da Frontex explicou ainda que, "caso haja algum sinal de perigo para uma embarcação", a agência da UE para controle de fronteiras "faz questão de que todos sejam informados do que se passa no mar".
Por fim, ele lamentou a reincidência de "uma base regular de incidentes trágicos" e reforçou que a tarefa da Frontex diz respeito a "operações conjuntas para cooperar com os países no terreno, em mar aberto, e dar uma contribuição tangível para o que precisa ser feito para salvar vidas".
Hoje, o Centro de Coordenação de Pesquisa se reunir na prefeitura de Crotone e decidiu que a busca pelos migrantes desaparecidos vão continuar.
Graças ao trabalho do Departamento de Imigração, do gabinete provincial da Polícia Científica e da ASP de Crotone, que cruzou os dados com os testemunhos dos sobreviventes, foi possível quantificar o número certo de desaparecidos que , atualmente, é de 12 pessoas. Destes, seis são menores, de 0 a 18 anos, três são mulheres e há três homens.
Além disso, segundo relatos de familiares, também de outros países europeus, há outros seis desaparecidos.
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