(ANSA) - O italiano Maurizio Landini foi reeleito neste sábado (18) secretário da Confederação-Geral Italiana do Trabalho (Cgil), maior sindicato da Itália, e disse que uma greve geral pode ser realizada em protesto contra as políticas do governo da primeira-ministra Giorgia Meloni.
"Há uma diferença muito profunda, muito grande com o governo", declarou Landini no fim do congresso da CGIL, após receber 94,2% dos votos para se reeleger para mais um mandato de quatro anos.
De acordo com ele, "não há chance de discussão para todo o movimento sindical italiano" e, portanto, "é preciso começar a mobilização, sem instrumentos descartados, inclusive uma greve, se necessário".
Landini explicou ainda que a CGIL quer entrar em ação com os outros dois grandes sindicatos da Itália, CISL e UIL, e que uma reunião foi marcada com eles para a próxima semana.
Os sindicatos se opuseram aos planos do governo para a reforma do sistema tributário, que vê as faixas de imposto de renda do país sendo cortadas de quatro para três como parte do processo para trazer um imposto único para todos os trabalhadores até o final da legislatura.
Sindicatos e partidos de oposição disseram que é injusto que pessoas com altos e baixos rendimentos paguem as mesmas taxas de imposto.
"Queremos mudar este país mais do que o governo e os partidos políticos. Dizemos ao CISL e ao UIL que queremos fazer isso junto com vocês e com os trabalhadores. Eles não vão nos parar. Nós vamos vencer a batalha. Do que temos medo? O que temos a perder? "As pensões que não temos? Insegurança no trabalho? Os salários que não duram até o final do mês?", ressaltou.
Na última sexta-feira (17), Meloni foi vaiada durante sua participação no congresso sindical, mas reiterou sua oposição à introdução de um salário mínimo e manteve sua decisão de acabar com o benefício de renda mínima para os desempregados.
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