(ANSA) - A organização paramilitar privada russa Grupo Wagner teria instituído uma recompensa de US$15 milhões pelo ministro da Defesa da Itália, Guido Crosetto, após o político acusar os mercenários pelo aumento do fluxo migratório no Mediterrâneo.
Segundo o jornal "Il Foglio", a informação teria sido comunicada ao próprio ministro há cerca de 10 dias, depois de uma denúncia dos serviços de inteligência italianos.
Os mercenários teriam compartilhado ameaças em vários canais do Telegram em meio à "guerra" de propaganda clandestina ligada à invasão russa.
Nesta semana, Crosetto culpou a organização pelo aumento do fluxo migratório da África para a Europa, classificando a crise como uma "estratégia clara da guerra híbrida" adotada pela instituição.
De acordo com Crosetto, os migrantes fogem de seus países de origem por causa da estratégia usada pelo Wagner nas regiões.
"Parece-me seguro dizer que o aumento exponencial do fenômeno migratório proveniente das costas africanas é também, em dimensão significativa, parte de uma estratégia clara da guerra híbrida que o Wagner, mercenários pagos pela Rússia, está realizando, usando o seu peso considerável em alguns países africanos", declarou o italiano.
O ministro explicou ainda que, "assim como a União Europeia, a Otan e o Ocidente perceberam que os ataques cibernéticos faziam parte do confronto global que a guerra na Ucrânia abriu".
"Eles devem agora entender que a frente do sul da Europa também está se tornando mais perigosa a cada dia", acrescentou.
O grupo, que é mais conhecido atualmente por seu papel na invasão russa da Ucrânia, também está ativo em Mali, República Centro-Africana, Sudão, Síria e Líbia, onde apoia o general Khalifa Haftar.
O chefe do Wagner, Yevgeny Prigozhin, respondeu à alegação de Crosetto e disse que o grupo não lida com migrantes.
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