(ANSA) - O papa Francisco expressou neste domingo (5) sua "dor" pelo trágico naufrágio no mar da costa de Cutro, na região da Calábria, que deixou ao menos 70 mortos, incluindo vários menores de idade, e pediu o fim destas "tragédias".
Durante oração do Angelus na Praça São Pedro, no Vaticano, o Pontífice também fez um apelo para que todos os traficantes de migrantes sejam detidos.
"Renovo a todos o meu apelo para que não se repitam tragédias como esta, que os traficantes de seres humanos sejam parados e não continuem a dispor da vida de tantos inocentes. Que as viagens da esperança não se transformem nunca mais em viagens da morte", declarou.
Desde o último dia 26 de fevereiro, as autoridades italianas localizaram 70 vítimas do naufrágio e estimam que ainda haja entre 30 e 50 corpos desaparecidos. Ao todo, 80 migrantes foram resgatados com vida.
"Expresso minha dor pela tragédia ocorrida nas águas de Cutro, perto de Crotone. Rezo pelas numerosas vítimas do naufrágio, por suas famílias e pelos sobreviventes. Manifesto o meu apreço e gratidão à população e instituições locais pela solidariedade e acolhimento destes nossos irmãos e irmãs", acrescentou o argentino.
As vítimas, que tentavam atravessar o Mar Mediterrâneo em uma viagem iniciada na Turquia, eram de várias nacionalidades, principalmente do Afeganistão, Irã, Paquistão e Síria.
"Que as águas límpidas do Mediterrâneo não voltem mais a ser ensanguentadas por acidentes tão dramáticos. Que o Senhor nos dê a força de compreender e de chorar", concluiu o Papa, fazendo um momento de silêncio por todos que perderam a vida no naufrágio.
Logo após, a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, concordou com a declaração de Francisco contra traficantes de migrantes no Mar Mediterrâneo.
"As palavras do Santo Padre representam um grande apelo a todas as instituições. Como governo, nós os tornamos nossos, continuando a empregar todas as forças necessárias para combater os traficantes de pessoas e impedir as mortes no mar", escreveu ela no Facebook.
Além de Meloni, o vice-premiê e ministro de Infraestrutura da Itália, Matteo Salvini, reforçou que "os traficantes de seres humanos devem ser detidos".
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