(ANSA) - A Itália registrou seu segundo caso de morte por suicídio assistido desde 2019, quando uma sentença da Corte Constitucional do país excluiu a punibilidade de quem auxilia um paciente nessa situação.
A paciente oncológica Gloria (nome fictício), de 78 anos, morreu no último domingo (23), em casa, depois de administrar o fármaco letal em si própria.
"A vida é bela, mas só se formos livres. E eu fui até o final. Obrigada", escreveu em sua última mensagem.
A informação foi divulgada pela associação italiana Luca Coscioni, focada em promover a liberdade da pesquisa científica.
"Neste momento, nossos pensamentos vão para a família de Gloria, especialmente o marido, ao lado dela até o último instante. Ainda que Gloria tenha precisado esperar alguns meses, decidiu fazê-lo na Itália, por ter sua amada família próxima e sentir-se livre em seu país", disse em nota a associação.
Gloria é a quarta pessoa na Itália a receber autorização para o suicídio assistido. A primeira foi Federico Carboni, morto em junho de 2022, enquanto outros dois indivíduos já têm permissão, mas ainda não executaram o procedimento.
A sentença de 2019 estabelece requisitos para a legalidade da prática: deve estar claro que o paciente não pode ser curado, a pessoa deve depender de sistemas de sustentação da vida e deve estar comprovadamente passando por dor física e mental intoleráveis, além de ser capaz de tomar as próprias decisões e ter ciência das consequências.
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