(ANSA) - Um escândalo de compra de votos culminou nesta quinta-feira (4) em uma determinação de prisão domiciliar para sete pessoas, prisão preventiva para uma pessoa, e medidas cautelares para duas pessoas no sul da Itália.
Ao todo, há 72 investigados por calúnia, corrupção, fraude e associação criminosa para fins eleitorais.
Entre os presos estão o prefeito de Triggiano, na província italiana de Bari, Antonio Donatelli; e o representante do movimento político Sul ao Centro, Sandro Cataldo, marido da secretária regional de Transportes da Puglia, Anita Maurodinoia.
Os dois são acusados de corrupção eleitoral no âmbito de uma investigação da Direção Distrital Antimáfia, por suposta compra de votos nas eleições municipais de Grumo Appula e de Triggiano, entre 2020 e 2021.
A investigação começou após terem sido descobertos, em uma lata de lixo, fragmentos de fotocópias de documentos de identidade e documentos de código fiscal (equivalentes aos CPFs no Brasil).
Embora não tenha sido presa, Maurodinoia também é investigada e pediu demissão da gestão regional e dos organismos de sua sigla, o Partido Democrático (PD).
Segundo as apurações, os votos teriam sido comprados por até 50 euros (R$ 272, na cotação atual).
No caso de 2020, o esquema teria beneficiado o então secretário de Segurança e Polícia Municipal, Nicola Lella, que acabou preso em 2021, foi solto, e agora retornou ao cárcere.
Lá, foram encontradas duas folhas com listas de eleitores catalogados por nome, sobrenome, data de nascimento, celular e seção eleitoral, com anotações de “ok” ao lado dos que já haviam recebido os 50 euros.
No caso de Triggiano, a compra de votos, pelo mesmo valor, teria sido para beneficiar Maurodinoia e Donatelli.
A secretária do PD, Elly Schlein, repudiou o envolvimento da secretária: “Se as acusações forem confirmadas, a questão é gravíssima. A linha do PD é muito clara: não aceitamos votos sujos. Não toleramos votos comprados”.
“Quem pensa que a política é um táxi para chegar a ambições pessoais sem escrúpulos não poderá encontrar espaço no partido que estamos reconstruindo, encontrará portas fechadas e trancadas aqui”, concluiu ela, uma das principais líderes de oposição do governo nacional de Giorgia Meloni.
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