(ANSA) - O ex-senador italiano Marcello Dell'Utri, fundador do partido Força Itália (FI) com o ex-premiê Silvio Berlusconi, teve 10,84 milhões de euros apreendidos pela Justiça, junto com sua mulher, Miranda Ratti.
Outro pedido para que o ex-político fosse submetido a vigilância especial e tivesse bens confiscados por ter patrimônio desproporcional à renda foi rejeitado pelo Tribunal de Palermo.
Em julho de 2023, Dell'Utri foi alvo de uma operação de busca e apreensão no âmbito de um inquérito sobre os mandantes dos atentados cometidos pela máfia em 1993.
A tese do Ministério Público florentino é de que ele teria instigado e solicitado ao líder mafioso Giuseppe Graviano "organizar e implantar a campanha de massacres para criar as condições para a afirmação do [partido] Força Itália".
Em contrapartida, o MP acusa Dell'Utri de ter prometido que, com Berlusconi no comando do governo, o Parlamento aprovaria medidas "favoráveis à Cosa Nostra sobre tratamento carcerário, colaboradores da justiça e apreensão de patrimônio".
Ao rejeitar a vigilância especial, os juízes afirmaram que ele "não é mais socialmente perigoso", e que a tese "abre espaço para a até agora não demonstrada existência de acordos entre a associação criminosa e Berlusconi".
Nas contas do casal, foram identificadas movimentações de 42,6 milhões de euros em cerca de 10 anos, incluindo depósitos de dinheiro feitos pelo "Cavaliere" para seu assistente, sob as justificativas de doação e reembolso.
A defesa do ex-político diz que o confisco diz respeito a somas de dinheiro recebidas pelo Dr. Dell'Utri e pela Sra. Ratti por meio de transferências bancárias feitas, de forma completamente legal e transparente, pelo Dr. Berlusconi por razões de afeto e gratidão ao amigo Dell'Utri".
Eles acrescentaram que as ações "são fatos conhecidos há pelo menos uma década, sempre objeto de investigação por várias procuradorias, com resultados sempre amplamente favoráveis".
Já o advogado Giorgio Perroni, representante da família Berlusconi, afirmou que "mais uma vez emerge a fantasiosa tese sustentada pela procuradoria florentina de que a generosidade demonstrada com Dell'Utri constitui o 'preço' que o Presidente teria pago por seu silêncio, mas há quase dois anos a reconstrução florentina foi refutada e, apesar disso, Berlusconi continua a ser difamado".
Em seu testamento, Berlusconi, que morreu em 12 de junho de 2023, deixou 30 milhões de euros para Dell'Utri.
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