(ANSA) - A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, pediu nesta quarta-feira (20) "clareza" nas investigações da agência da ONU que dá assistência a refugiados palestinos (Unrwa) sobre as acusações israelenses contra seus funcionários por suposto envolvimento com o Hamas antes de retomar seu financiamento.
"Sobre a questão da restauração imediata dos fundos para a Unrwa: até que toda a verdade seja lançada sobre o uso dos recursos, não se deve cometer este erro", afirmou Meloni, à margem do Conselho Europeu.
Países ocidentais, incluindo Itália e Estados Unidos, suspenderam os repasses à Unrwa após a demissão, pela própria agência, de trabalhadores que, segundo Israel, teriam ligação com os ataques de 7 de outubro de 2023.
O montante total congelado chega a US$ 450 milhões (R$ 2,2 bilhões), o equivalente à metade dos fundos que a Unrwa recebeu em 2023. A União Europeia, por outro lado, manteve o apoio, bem como outras nações e organismos internacionais.
Segundo a premiê italiana, o bloqueio ao financiamento "não significa não cuidar dos civis em Gaza", tendo em vista que, "enquanto suspendemos fundos para a Unrwa, outras associações operam".
Meloni destacou a transferência de 20 milhões de euros para a Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho e afirmou que o governo italiano está "prestes a atribuir mais recursos para o 'Food for Gaza' ('Comida para Gaza', em português) para melhor coordenar a ajuda".
"É preciso reconhecer que existe um compromisso por parte do governo, talvez um dos mais significativos entre as várias nações. Tratamos pelo menos 40 crianças palestinas, que estão aqui com as suas famílias. Pedir clareza sobre a Unrwa não nos impede de forma alguma de continuar a trabalhar a nível humanitário para os civis de Gaza", concluiu.
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