(ANSA) - O governo da premiê da Itália, Giorgia Meloni, descartou possíveis efeitos na base aliada da vitória da oposição nas eleições regionais na Sardenha, que será comandada por uma mulher pela primeira vez na história.
Alessandra Todde, candidata do populista Movimento 5 Estrelas (M5S) e apoiada pelo centro-esquerdista Partido Democrático (PD), alcançou 45,4% dos votos e superou o postulante conservador e prefeito da capital regional, Cagliari, Paolo Truzzu, com 45%.
O resultado chega na esteira de turbulências na base de Meloni para escolher o candidato da coligação na Sardenha: enquanto a Liga, do vice-premiê e ministro da Infraestrutura e dos Transportes, Matteo Salvini, queria o atual governador Christian Solinas, a premiê impôs a indicação de Truzzu, seu correligionário no partido Irmãos da Itália (FdI).
"O governo está absolutamente firme, estou contente pelo que estamos fazendo e projetando", declarou Salvini nesta terça-feira (27). "Quando vencemos, vencemos todos juntos; quando perdemos, perdemos todos juntos", acrescentou.
Já o também vice-premiê e ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, fez coro e garantiu que a vitória da oposição "não tem qualquer efeito sobre o governo". "Trabalhamos muito bem juntos e existe um entendimento perfeito com Giorgia e Matteo", salientou o secretário do partido de centro-direita Força Itália (FI).
Pouco depois, os três líderes da coalizão divulgaram uma nota conjunta na qual afirmam que farão uma análise para "avaliar possíveis erros cometidos" e que o resultado na Sardenha não indica uma "queda de popularidade" para a aliança.
O pleito também era visto como um teste para avaliar se a coligação entre M5S e PD poderia competir com a direita, soberana em eleições regionais no país nos últimos anos.
"Acredito que essa aliança é o único caminho percorrível", disse Todde em uma coletiva de imprensa.
"Os cidadãos sardos fecharam a porta para Meloni e a abriram para a alternativa. O ar mudou", reforçou o ex-premiê e líder do Movimento 5 Estrelas, Giuseppe Conte. (ANSA)
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