(ANSA) - O governo argentino anunciou que todos os manifestantes, os chamados "piqueteiros", que bloquearem as ruas do país em protestos contra as medidas econômicas do presidente Javier Milei deixarão de receber o auxilio social governamental.
A informação foi divulgada na última segunda-feira (18) pela ministra do Capital Humano, Sandra Pettovello, que ameaçou cortar o benefício.
"Só quem não vai receber pelo plano é quem vai à passeata e bloqueia a rua: quem bloqueia não recebe", declarou ela em pronunciamento publicado no X (antigo Twitter).
A medida é anunciada em função do protesto convocado para 20 de dezembro por movimentos sociais e partidos de esquerda para comemorar as manifestações contra a pior crise econômica, social e política que o país viveu, que deixou dezenas de mortos em 2001.
Neste ano, o ato ocorrerá em meio a uma inflação disparada e ao anúncio do governo de um pacote de ajuste fiscal que também inclui os cortes nos subsídios sociais.
Segundo Pettovello, "manifestar-se é um direito, mas também é um direito circular livremente pelo território argentino". Desta forma, todos os militantes serão identificados a partir de câmeras de reconhecimento facial espalhadas pela cidade de Buenos Aires.
"Todos aqueles que promoverem, instigarem, organizarem ou participarem nos bloqueios (de estradas) perderão qualquer uma espécie de diálogo com o Ministério do Capital Humano", alertou Pettovello.
A ministra informou que será realizada um auditoria em todas as organizações que implementam planos sociais, a fim de eliminar a intermediação na concessão dessas ajudas pagas pelo Estado à população vulnerável e desempregada.
Ela também questionou as "mães" dos beneficiários do plano que levam seus filhos às passeatas, alegando que é "desnecessário" expor as crianças "ao calor e à violência das manifestações".
Na semana passada, a ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, anunciou que as forças de segurança federais intervirão para evitar fechamentos de estradas e rodovias e bloqueios de empresas como forma de protesto sindical ou social.
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