(ANSA) - O ex-presidente americano Donald Trump, que deveria testemunhar nesta segunda-feira (11) em sua própria defesa no julgamento civil por fraudes financeiras, mudou de ideia e declarou no domingo (10) que não compareceria ao tribunal porque não tem "mais nada a dizer".
O ex-presidente de 77 anos publicou uma mensagem na rede Truth Social, dizendo que já havia "testemunhado tudo" no atual julgamento que o envolve, assim como seus filhos mais velhos, Donald Jr. e Eric, e outros líderes da Trump Organization.
Eles são acusados de inflar, durante a década de 2010, o valor de arranha-céus, hotéis de luxo ou campos de golfe no centro de seu império, para obter empréstimos mais favoráveis de bancos e melhores condições de seguro.
Desde o início do julgamento, em 2 de outubro, o bilionário republicano tem reclamado da justiça em cada uma de suas aparições no tribunal, denunciando uma "caça às bruxas" ou um "julgamento digno de repúblicas de bananas".
Após ataques, o juiz proibiu Donald Trump de falar sobre sua equipe e impôs duas multas totalizando US$ 15 mil dólares por violar a ordem.
Ao contrário dos julgamentos criminais que o aguardam em 2024, incluindo aquele por suas supostas manobras para reverter o resultado da eleição presidencial de novembro de 2020, Donald Trump não enfrenta pena de prisão neste caso civil.
No entanto, ele está arriscando e o caso não está a seu favor. Antes mesmo do início dos debates, o juiz Arthur Engoron havia afirmado no final de setembro que a acusação apresentava "provas conclusivas de que, entre 2014 e 2021, os réus superestimaram os ativos" do grupo de "812 milhões a 2,2 bilhões de dólares", dependendo dos anos, nas cifras declaradas nos balanços anuais de Donald Trump.
Devido a "fraudes repetidas", ele ordenou a liquidação das empresas que gerenciam esses ativos, como a Trump Tower na 5ª Avenida de Nova York ou o arranha-céu quase centenário do 40 Wall Street.
Essas medidas foram suspensas em apelação. O julgamento abrange vários outros crimes, como fraudes em seguros, e as penalidades financeiras exigidas pelo procurador-geral do estado de Nova York, que pede US$ 250 milhões.
Os advogados de Donald Trump alegam que o caso é vazio, afirmando que as avaliações imobiliárias são inevitavelmente subjetivas e que os bancos, devidamente reembolsados, tiveram bons negócios financeiros.
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