(ANSA) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu na manhã deste sábado (9) uma ligação de seu homólogo da Venezuela, Nicolás Maduro.
Segundo um comunicado do governo, Lula transmitiu a crescente preocupação dos países da América do Sul sobre a questão do Essequibo.
Ele também expôs os termos da declaração sobre o assunto aprovada na Cúpula do Mercosul e assinada por Brasil, Uruguai, Paraguai, Argentina, Colômbia, Peru, Equador e Chile.
Ainda segundo a nota, Lula recordou a longa tradição de diálogo na América Latina "e que somos uma região de paz".
O presidente brasileiro ainda fez um chamado ao diálogo e sugeriu que o presidente de turno da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), Ralph Gonsalves, trate do tema com as duas partes.
Por fim, a nota do governo brasileiro diz que o presidente Lula reiterou que o Brasil está à disposição para apoiar e acompanhar essas iniciativas, e ressaltou que é importante evitar medidas unilaterais que levem a uma escalada da situação.
A nota não menciona o que teria dito Maduro.
No último dia 3, os eleitores da Venezuela aprovaram a criação de um novo estado em Essequibo, região da Guiana rica em petróleo e que é reivindicada por Caracas.
Em referendo popular, os votantes também rejeitaram a jurisdição da Corte Internacional de Justiça, tribunal ligado à ONU, para resolver a disputa territorial.
ONU
O Conselho de Segurança das Nações Unidas realizou na noite desta sexta-feira (9) uma reunião a portas fechadas para discutir a escalada da disputa que a Venezuela abriu com a Guiana pela soberania sobre a região de Essequibo, área rica em reservas de petróleo.
A reunião, conforme comunicado, foi convocada pelo Equador, que ocupa a presidência rotativa do Conselho no mês de dezembro, após a própria Guiana, que está ingressando no Conselho de Segurança em 1º de janeiro, solicitar a reunião em uma carta ao Conselho datada de 6 de dezembro.
A carta, continua o comunicado, cita o Artigo 35, Parágrafo 1, da Carta das Nações Unidas, que estabelece que cada Estado-membro da ONU "pode levar qualquer disputa à atenção do Conselho de Segurança ou da Assembleia Geral".
Em uma declaração de 6 de dezembro, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, instou fortemente ao uso exclusivo de meios pacíficos para resolver as controvérsias internacionais, lembrando que as decisões provisórias da Corte Internacional de Justiça (CIJ) são vinculativas.
A resolução de 1º de dezembro da CIJ reconhece que a Guiana atualmente exerce controle e administração sobre o território em disputa e insta a Venezuela a não tomar nenhuma ação que modifique o status quo até que uma sentença definitiva seja alcançada.
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