(ANSA) - O peronista de centro-esquerda Sergio Massa, atual ministro da Economia da Argentina, e o ultraliberal Javier Milei disputarão o segundo turno das eleições presidenciais no país, em 19 de novembro.
Com 90,12% das urnas apuradas, Massa, da coalizão União pela Pátria (UxP), tinha 36,29% dos votos, contra 30,19% de Milei, da aliança A Liberdade Avança (LLA). A conservadora Patricia Bullrich, da coligação macrista Juntos pela Mudança (JxC), aparecia na terceira posição, com 23,82%.
O resultado parcial mostra um desempenho acima do esperado de Massa, cuja coalizão tinha ficado em terceiro lugar nas primárias de agosto.
O ministro da Economia se aproveitou dos bons resultados do peronismo na província de Buenos Aires, a mais populosa da Argentina e cujo governador, Axel Kicillof, foi reeleito com 45% dos votos. "Esse resultado significa ditadura nunca mais", disse Kicillof, aliado de Massa.
A participação do eleitorado foi de 74%, quatro pontos percentuais a mais que nas prévias de agosto, porém o número mais baixo para um primeiro turno desde a redemocratização, há 40 anos.
Filho de imigrantes italianos e ministro da Economia desde julho de 2022, Massa, 51 anos, tenta tirar do atoleiro um país com inflação de 140% ao ano, 40% da população na faixa da pobreza e dívidas bilionárias com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Mesmo fazendo parte do governo do impopular Alberto Fernández, ele conseguiu se descolar do atual presidente para liderar o primeiro turno, com a promessa de estabilizar a economia, reduzir as desigualdades e aumentar investimentos públicos em educação. Para isso, aposta nas enormes reservas argentinas de lítio, componente essencial para baterias elétricas, e na extração de petróleo e gás na bacia de Vaca Muerta.
Milei, por sua vez, surgiu como um político folclórico, uma espécie de "Bolsonaro argentino", mas logo catalisou o descontentamento de parte da população com a perene crise econômica no país. Economista de formação e com 53 anos completados neste domingo, o ultraliberal promete acabar com o Banco Central, reduzir drasticamente o número de ministérios e substituir o peso argentino pelo dólar americano.
Além disso, defende a privatização da educação e da saúde públicas e define a crise climática como "farsa da esquerda". (ANSA)
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