(ANSA) - O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), afirmou à Polícia Federal (PF) que, após a derrota nas eleições de 2022, o ex-presidente se reuniu com os chefes das Forças Armadas para discutir um possível golpe para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
As declarações foram feitas no âmbito do acordo de delação premiada assinado entre o militar e a PF, segundo informaram o jornal O Globo e o portal de notícias UOL.
De acordo com o relato de Cid, uma "minuta do golpe" que incluía convocação de novas eleições e prisão de adversários foi analisada por Bolsonaro com a cúpula do Exército, da Marinha e da Aeronáutica e os ministros da "ala militar" de seu governo.
Na delação, o tenente-coronel, que participou da reunião, disse que o então chefe da Marinha, Almir Garnier Santos, foi o único membro do alto escalão das Forças Armadas a endossar um golpe contra Lula.
De acordo com fontes consultadas por O Globo, existe uma "grande preocupação sobre os efeitos que o relato de Cid poder ter por envolver membros da cúpula das Forças Armadas e ministros que foram generais de alta patente".
O tenente-coronel ficou preso por quatro meses e recuperou a liberdade no começo de setembro, após a homologação de seu acordo de delação premiada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). (ANSA)
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