(ANSA) - O governo argentino informou que a aeronave usada para fazer desaparecer os corpos de centenas de presos clandestinos da ditadura militar no país parou oficialmente de voar.
O Skyvan P51, que realizava os chamados "voos da morte" e foi descoberto pelo fotógrafo italiano Giancarlo Ceraudo, ficará exposto na Escola de Mecânica da Marinha (Esma), local que foi durante muito tempo o principal centro de detenção e tortura da ditadura argentina.
"Ele voltou para nos lembrar que isso nunca mais deve acontecer", disse Ceraudo em entrevista à ANSA.
Cecilia de Vicenti, filha de Azucena Villaflor, mulher que foi sequestrada na Igreja de Santa Cruz e teve seu corpo jogado do Skyvan ao mar em 1977, afirmou que teve uma "sensação contraditória" ao ver a aeronave.
"Passamos anos tentando trazê-lo de volta e agora que está aqui é difícil para mim olhar para ele, não posso esquecer que jogaram o corpo da minha mãe dele", comentou De Vicenti.
Miriam Lewin, jornalista e ex-prisioneira da ditadura do país, afirmou que a devolução do Skyvan P51 e sua exibição serão importantes para combater a "negação" dos crimes cometidos durante o período.
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