(ANSA) - Em visita à Itália, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou que não acredita que Rússia ou Ucrânia possam vencer a guerra em curso desde o ano passado entre os dois países.
A declaração foi dada em entrevista ao jornal Corriere della Sera, que questionou o mandatário brasileiro sobre o desejo de mediar uma solução para o conflito entre Moscou e Kiev.
"Ambos os países acreditam que podem vencer militarmente. Eu não estou de acordo. Acho que tem muito pouca gente que fala de paz. A minha angústia é que, com tantas pessoas que passam fome no mundo, com tantas crianças sem comida, estamos pensando em guerra em vez de nos ocupar de como resolver as desigualdades", disse Lula.
Segundo o presidente, é "urgente que Rússia e Ucrânia encontrem um caminho comum rumo à paz". Lula também afirmou que espera "conhecer melhor" a premiê da Itália, Giorgia Meloni, para "reforçar os laços entre os países, que sempre foram muito fortes".
"Brasil e Itália têm uma longa história de colaboração no comércio e nos investimentos. Hoje miramos também na energia renovável. 87% da nossa eletricidade é proveniente de fontes renováveis, bem acima da média mundial, que é de 28%. Queremos expandir a produção de energia solar e eólica, o potencial do Nordeste brasileiro é enorme. Podemos ser um grande produtor de hidrogênio verde, com capacidade de apoiar o mundo na transição energética", acrescentou.
Lula ainda defendeu uma "nova visão de desenvolvimento sustentável" para a Amazônia, região que abriga 25 milhões de brasileiros. "Vamos investir em pesquisa científica, indústrias limpas e turismo para garantir que a floresta valha mais para quem vive nela. As populações que vivem na região precisam de renda, trabalho, proteção social, saúde e educação", afirmou. (ANSA)
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