(ANSA) - Começou nesta quarta-feira (26) a Conferência Bilateral para a Reconstrução da Ucrânia em Roma, na Itália, que visa arrecadar fundos e debater as necessidades do país que está sofrendo com a invasão da Rússia há mais de um ano e dois meses.
Representando Kiev, estarão presentes o premiê Denys Shmyal e o ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, entre outros.
Já todo o alto escalão italiano participa do evento ao longo do dia. Além disso, cerca de 600 empresas italianas foram convidadas para debater e fazer investimentos para ajudar os ucranianos.
O governo italiano considera que sem a iniciativa privada não será possível completar tudo que a Ucrânia precisa repor, já que os danos são estimados em cerca de 411 bilhões de euros. Por outro lado, também espera-se que Kiev faça sua parte com reformas internas para ampliar a transparência dos gastos e da gestão pública.
"A Itália exprime seu forte convencimento favorável à entrada da Ucrânia na União Europeia no tempo mais rápido possível e admiramos o compromisso de seu governo no caminho das reformas iniciadas para respeitar os parâmetros comunitários", disse o presidente da Itália, Sergio Mattarella, em seu discurso de abertura.
O mandatário ainda reafirmou que a Itália permanecerá "dando pleno apoio em todos os âmbitos e até que seja necessário" para Kiev. "A defesa da independência, da liberdade e da integridade territorial da Ucrânia é um valor fundamental para todos os países do mundo que acreditam na liberdade dos povos e das pessoas", acrescentou.
Ainda conforme Mattarella, "todos desejamos a paz, mas essa deve ser justa e que respeite a integridade da Ucrânia".
Já o chanceler italiano, Antonio Tajani, pontuou que a reconstrução do país europeu "é parte fundamental da ação de proximidade que nós italianos, nós europeus, queremos concretamente demonstrar". "A reconstrução começa agora e nós queremos estar na linha de frente, colocando as bases", destacou, ressaltando ainda que "a Rússia deve pagar pela destruição que causou".
Em sua fala, Kuleba agradeceu a Itália por seu apoio de “longo prazo”.
“O interesse demonstrado pelas empresas italianas é a melhor notícia que poderíamos receber ao pousar em Roma. Agradeço às instituições e às empresas por estarem ao lado da Ucrânia e pelo compromisso de longo prazo. Os contatos entre os nossos governo estão mais dinâmicos do que nunca”, afirmou o chanceler.
Kuleba ainda afirmou que “não se pode considerar a guerra como um obstáculo para os investimentos” porque o governo de Kiev “está tornando o país vital e fonte de atração para investimentos estrangeiros”. “Pode-se já pensar em aprofundar um projeto empresarial, assim, quando a guerra acabar, vocês já estarão prontos. Convido-os a considerar também projetos sociais e humanitários, apoiar as pessoas que mais sofreram”, acrescentou.
Fundo UE
O ministro da Economia da Itália, Giancarlo Giorgetti, afirmou durante a conferência que o governo dará uma contribuição milionária para o Banco Europeu para Investimentos na Ucrânia (BEI EU for Ukraine).
“O apoio está coerente com a próxima adesão à União Europeia. Aproveito a oportunidade dessa conferência para anunciar a nossa contribuição ao fundo de garantia BEI EU for Ukraine, constituído recentemente, com uma garantia de 100 milhões de euros”, afirmou durante o evento.
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