(ANSA) - Unidos nas últimas eleições italianas em setembro do ano passado, os líderes dos partidos centristas Itália Viva, do ex-premiê italiano Matteo Renzi, e Ação, de Carlo Calenda, racharam na tentativa de formar um partido único, a chamada "Terceira Via", por desavenças internas, incluindo uma convenção política da sigla de Renzi.
"Não conseguiremos fazer o partido porque ele [Renzi] não quer fazer isso. Ele quer ficar com o dinheiro e a sigla Itália Viva e não se pode fazer nascer, de dois partidos, três partidos. Não sei se hoje vamos ter mais uma reunião, mas ele não vem para reuniões - só quer falar com Obama e Clinton", disse Calenda aos jornalistas.
Logo depois, Renzi usou as redes sociais para se manifestar e disse que estão sendo feitas "polêmicas inexplicáveis dentro da Terceira Via", ressaltando que algumas propostas feitas pelo IV "são absolutamente aceitáveis".
"Os velhos partidos serão dissolvidos com a eleição de um secretário nacional do partido único. Se Calenda concordar, nós assinamos. Se Calenda mudou de ideia, o respeitamos. Quanto ao Leopolda [convenção política criada por Renzi em Florença], quem conhece a experiência sabe que esse é um momento bonito de debate entre gerações e histórias diferentes [...] e dizer que isso não deve ser mais feito, não tem sentido", acrescentou.
Em entrevista ao "La7", o deputado do Ação Matteo Richetti afirmou que a reunião realizada na quarta-feira (12) virou um "verdadeiro naufrágio" e que os membros do IV não concordaram com os objetivos comuns da "Terceira Via".
Sobre o Leopolda, Richetti manteve a posição de Calenda e disse que os presentes do IV reafirmaram que fariam a convenção.
"Se em 2024 forem criados eventos do Itália Viva, o que o partido único vai fazer? Vamos fazer eventos também só como Ação?", questionou.
Na campanha eleitoral de setembro do ano passado, as duas siglas uniram forças para tentar ser uma alternativa ao "bloco de direita", formado pelos partidos Irmãos da Itália (FdI), de Giorgia Meloni, Liga e Força Itália, e ao de centro-esquerda, liderado pelo Partido Democrático (PD) e legendas menores.
A "Terceira Via" obteve 7,7% dos votos para a Câmara dos Deputados e para o Senado e se mantém na oposição aos vencedores liderados por Meloni, que obtiveram cerca de 44% dos votos. Já a centro-esquerda teve 26% das opções, sendo o maior bloco de oposição - mas não necessariamente unido a Renzi e Calenda.
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