(ANSA) - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, recebeu nesta segunda-feira (20), em Moscou, seu homólogo chinês, Xi Jinping, e afirmou que seu governo "olha com interesse as propostas da China para resolver a crise na Ucrânia".
O líder russo reafirmou ainda que está "aberto a negociações" sobre o conflito, que completou um ano no último 24 de fevereiro.
Assim que recebeu seu homólogo, Putin reforçou que a visita de Xi era "simbólica" por ocorrer 10 anos depois da primeira ida do líder chinês a Moscou e "desde então, demos passos adiante no desenvolvimento das nossas relações".
Por sua vez, Xi destacou à imprensa estatal russa que considera Putin "um querido amigo" e que os dois países "devem manter as relações estreitas".
Além disso, o líder chinês declarou que está convencido de que os cidadãos russos vão apoiar Putin nas próximas eleições presidenciais de 2024, mesmo que o russo ainda não tenha confirmado sua candidatura para disputar um novo mandato.
"Sei que as próximas eleições presidenciais acontecerão em seu país no ano que vem. Graças à sua forte liderança, a Rússia fez progressos significativos em termos de sucesso e prosperidade do país nos últimos anos", declarou Xi, no início da reunião, segundo a agência Interfax.
Enquanto as palavras em mandarim do líder chinês eram traduzidas para o russo, Putin sorriu brevemente.
Os dois conversaram em particular e depois jantaram juntos. Até o momento, nenhum comunicado oficial sobre a reunião foi divulgado.
Reações -
Ainda durante o encontro entre os dois presidentes, Estados Unidos e Ucrânia reagiram à visita oficial de Xi.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, Oleg Nikolenko, afirmou aos jornalistas de seu país que espera que a China "use sua influência" sobre a Rússia.
"A Ucrânia segue de perto a visita do presidente chinês à Rússia. Esperamos que Pequim use sua influência sobre Moscou para colocar fim a essa guerra agressiva contra nós", acrescentou.
Já o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse que o mundo "não deve ser enganado sobre nenhum plano tático da Rússia apoiado pela China". Para o representante, a visita de Xi logo após o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitir um pedido de prisão contra Putin por crimes de guerra "sugere" que a China não acredita que o Kremlin "deva responder por suas responsabilidades pelas atrocidades" cometidas no país vizinho.
Pouco antes, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, havia afirmado que "se você vai para Moscou por três dias e senta na mesma mesa do presidente Putin, escuta o seu ponto de vista sobre uma guerra que ele iniciou e que poderia acabar hoje, deveria, no mínimo, pegar um telefone e falar também com o presidente [Volodymyr] Zelensky para ter seu ponto de vista".
Ainda conforme Kirby, a Casa Branca está acompanhando o encontro "muito, muito de perto" a viagem de Xi à Rússia nesta semana.
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS © Copyright ANSA