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Lula recebe Scholz e sugere China em grupo pela paz na Ucrânia

Lula recebe Scholz e sugere China em grupo pela paz na Ucrânia

Petista disse que Rússia errou ao invadir o território ucraniano

SÃO PAULO, 30 janeiro 2023, 20:09

Redação ANSA

ANSACheck

Lula e Scholz participaram de coletiva de imprensa conjunta © ANSA/EPA

(ANSA) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta segunda-feira (30), no Palácio do Planalto, em Brasília, o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, e sugeriu um grupo de países em prol da paz na Ucrânia.

"A minha sugestão é que se crie um grupo de países que tentem sentar à mesa com a Ucrânia e a Rússia, para encontrar a paz. E o Brasil vai fazer esforço. Já falei com o Macron, com o Scholz, vou falar com o presidente Biden. Depois vamos procurar outros presidentes para conversar sobre a ideia de criar esse grupo", declarou ele em coletiva de imprensa.

Para ele, a iniciativa é necessária porque "o mundo está precisando de paz". "Não é possível em pelo século 21 a gente ver uma guerra que nem sabemos ao certo porque existiu".

O petista disse que a China "tem um papel muito importante" nas negociações de paz para pôr fim à invasão russa ao território ucraniano e enfatizou que chegou o momento do governo chinês "por a mão na massa".

A expectativa, segundo Lula, é que ele converse sobre o assunto com o presidente da China, Xi Jinping, durante sua visita ao país asiático no próximo mês de março.

O petista enfatizou que a Rússia cometeu um "erro" ao invadir o país vizinho e rejeitou o envio de munições para guerra, lembrando que "o Brasil é um país de paz e, portanto, não quer ter nenhuma participação, mesmo que indireta".

"Acho que a Rússia cometeu um erro crasso de invadir o território de outro país. Mas acho que quando um não quer, dois não brigam. Precisamos encontrar a paz", defendeu.

Scholz, por sua vez, disse que a Rússia precisa primeiro tirar suas tropas do território ucraniano para que essas negociações aconteçam.

Para o alemão, a reunião com Lula marcou um "novo capítulo" nas relações bilaterais entre os países e citou o combate às mudanças climáticas, a proteção da floresta Amazônia, como exemplos.

Além disso, o chanceler alemão afirmou estar "emocionado por estar aqui em Brasília hoje", semanas após os ataques de 8 de janeiro.

"As imagens da invasão ao Congresso, ao Supremo Tribunal Federal e ao Palácio do Planalto, ainda estão muito presentes na minha memória e nos deixa profundamente consternados", acrescentou ele, expressando a "total solidariedade" da Alemanha. "A democracia brasileira é forte e conseguiu resistir".

Por fim, Scholz disse que Lula e ele concordaram que o acordo UE-Mercosul é importante para ambas as regiões e desejam avançar nessa questão.

Genocídio -

Lula aproveitou para dizer que o ex-presidente Jair Bolsonaro deveria ser tratado como um genocida por causa da emergência humanitária enfrentada pelo povo yanomami.

"Não é possível que alguém veja aquelas imagens e ficar quieto. Não é possível. Na verdade, nós tivemos uma governo que deveria ser tratado como genocida", ressaltou.

Segundo o petista, "o governo brasileiro vai acabar e tirar o garimpo ilegal e vai cuidar do povo yanomami, que precisa ser tratado com respeito".

"O Brasil vai voltar a ser um país sério, respeitado e, ao mesmo tempo, um país que respeita as leis, a Constituição, mas sobretudo que respeita os seres humanos", concluiu.
   

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