O presidente Jair Bolsonaro chegou em Londres para o funeral da rainha Elizabeth II e, apesar do clima de comoção e solenidade que toma conta do Reino Unido desde a morte da monarca, fez neste domingo (18) um discurso para apoiadores na sacada da residência do embaixador brasileiro no país.
Acompanhado do pastor Silas Malafaia, que viajou na comitiva presidencial, Bolsonaro disse ter "profundo respeito pela família da rainha e também pelo povo do Reino Unido", mas logo transformou o pronunciamento em ato de campanha.
"Essa manifestação por parte de vocês representa o que realmente acontece no Brasil, um momento que temos pela frente, que teremos que decidir o futuro da nossa nação. Sabemos quem é do outro lado e o que eles querem implantar em nosso Brasil", disse o mandatário para cerca de 200 apoiadores.
Embora esteja atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em todas as pesquisas, Bolsonaro afirmou que "não tem como" ele não vencer a eleição no primeiro turno. Além disso, o líder de extrema direita aproveitou a ocasião para vender sua pauta de costumes.
"Somos um país que não quer discutir liberação de drogas, que não quer discutir legalizar o aborto e que também não aceita a ideologia de gênero", destacou o presidente no Reino Unido, onde a interrupção voluntária da gravidez é permitida até a 24ª semana de gestação.
Segundo relato da BBC, apoiadores de Bolsonaro hostilizaram com gritos e xingamentos os jornalistas brasileiros que acompanhavam o discurso. Pouco depois, o presidente visitou o caixão da rainha com a primeira-dama Michelle Bolsonaro e Malafaia.
O funeral de Estado de Elizabeth II acontece na manhã desta segunda-feira (19). No mesmo dia, Bolsonaro embarca para Nova York, onde participará da Assembleia-Geral da ONU. (ANSA)
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