O presidente do Chile, Gabriel Boric, afirmou que a América Latina teria de "reagir em conjunto" para impedir uma eventual tentativa de golpe de Jair Bolsonaro nas eleições de outubro.
Criticado pelo presidente brasileiro no último domingo (28), Boric é a capa da próxima edição da revista americana Time, que o define como "o novo guardião" por liderar seu país em um "momento histórico de mudança", com o referendo constitucional de 4 de setembro.
Em uma longa entrevista, o líder chileno foi questionado sobre o que faria para apoiar a democracia brasileira caso Bolsonaro não aceite o resultado das eleições.
"Se houver uma tentativa tal como aconteceu, por exemplo, na Bolívia, onde se denunciou uma fraude que não existia e se terminou validando um golpe de Estado, a América Latina terá de reagir em conjunto para colaborar para impedi-lo", disse Boric.
O presidente do Chile, no entanto, afirmou que a sociedade civil brasileira deu um "sinal poderoso" com a carta pela democracia assinada por mais de 1 milhão de pessoas nas últimas semanas.
Com 36 anos de idade, Boric preside seu país desde março passado e foi alvo de Bolsonaro no debate presidencial do último domingo. Na ocasião, o mandatário brasileiro acusou seu colega chileno de ter "tocado fogo em metrôs" durante protestos em 2019. "Para onde está indo o nosso Chile?", questionou Bolsonaro.
No dia seguinte, Santiago definiu as declarações como "inaceitáveis" e convocou o embaixador brasileiro para protestar. (ANSA)
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