O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, líder nas pesquisas para as eleições de outubro, prometeu nesta quarta-feira (27) criar um Ministério das Causas Indígenas caso volte ao poder em 2023.
A declaração foi dada em entrevista ao portal UOL e busca se contrapor ao presidente Jair Bolsonaro, criticado internacionalmente por fazer vista grossa para a devastação da Amazônia e as ameaças à sobrevivência de comunidades nativas.
"Os ministérios que eu tinha, eu vou recriá-los: Ministério da Igualdade Racial, dos Direitos Humanos, da Pesca. Vou criar o Ministério das Causas Indígenas nesse país, e terá que ter um índio no ministério, não precisa ser um branco de terno e gravata, pode ser um índio", declarou Lula.
Segundo o ex-presidente, "não precisa ser um advogado ou militar " para "tomar conta" da Fundação Nacional do Índio (Funai). "Pode ser um indígena. Eles estão preparados, eles se formaram, conhecem o problema deles", acrescentou.
Lula ainda disse que a Amazônia terá um "papel especial" em seu mandato, bem como os outros biomas brasileiros. "É preciso que a gente leve muito a sério a importância climática no planeta Terra, e o Brasil tem muita responsabilidade", declarou.
Em seus oito anos no Planalto, o petista nunca teve um Ministério das Causas Indígenas, tema que historicamente é subordinado ao Ministério do Meio Ambiente.
De acordo com Lula, a Amazônia tem de ser de "todo mundo, embora o Brasil tenha soberania sobre ela". "A gente pode construir, com os cientistas do mundo inteiro, com os governos do mundo inteiro, o jeito de pesquisar a Amazônia, explorar todo o seu potencial de desenvolvimento, para que a gente gere emprego para as pessoas que trabalham na Amazônia", ressaltou. (ANSA)
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