Durante convenção nacional nesta quarta-feira (20), o PDT aprovou, por aclamação e sem votos contrários, a candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República.
A escolha foi confirmada na sede nacional da legenda, em Brasília, no primeiro dia do período para realização das convenções partidárias, segundo o calendário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A campanha de Ciro adotou o slogan "vote em um e se livre dos dois", fazendo referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao atual mandatário, Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com o candidato à Presidência, os rivais representam um "vazio de ideias". “Eu quero unir o país em torno de um novo projeto”, disse Ciro, em seu discurso na convenção do partido, citando seu livro, que funciona como um documento do seu projeto de governo.
“Tenho trabalhado nesse projeto há anos. Com o projeto nacional de desenvolvimento, nós vamos vencer inúmeros desafios”. Ele propôs uma reforma tributária que corrigiria desigualdades, para que os mais ricos paguem, proporcionalmente, mais impostos que os pobres.
Ciro Gomes também criticou as propostas de privatização da Petrobras e defendeu o fim da atual política de preços da estatal, que atrela ao valor do dólar o preço do combustível vendido no país. Ele defendeu ainda o fim do teto de gastos, um limite incluído na Constituição para as despesas da União.
“Vai ser revogado nas primeiras horas do nosso possível governo”, disse. Para Ciro, o teto de gastos é uma medida “arbitrária e elitista” por “cortar apenas os investimentos na vida do povo e deixar intactos os juros pagos aos banqueiros”.
O PDT ainda não definiu o candidato a vice-presidente. Essa escolha ficará a cargo da Executiva Nacional do partido, conforme decidido na convenção nacional de hoje. O partido tem até o dia 15 de agosto para registrar a candidatura. Como não tem alianças formais com outros partidos, o PDT pode ter que fazer como em 2018 e lançar uma “chapa puro-sangue”. Na ocasião, a candidata a vice foi a senadora Kátia Abreu, na época no PDT.
Esta é a quarta vez que Ciro Gomes será candidato à Presidência da República: em 1998 e 2002, ele concorreu pelo PPS; e em 2018, pelo PDT.
Pesquisas recentes apontam que Ciro Gomes tem 8% das intenções de votos em 2022, atrás de Lula e Bolsonaro. Entre as propostas do político de 64 anos está a revogação do teto de gastos, revisão da autonomia do Banco Central e da política de preços da Petrobras, além da implantação de uma renda mínima universal, entre outras.
Natural de Pindamonhangaba (SP), o candidato ao Palácio do Planalto construiu sua carreira política no Ceará, onde foi prefeito de Fortaleza, eleito em 1988, e governador do estado, eleito em 1990. Renunciou ao cargo de governador, em 1994, para assumir o Ministério da Fazenda, no governo Itamar Franco (1992-1994), por indicação do PSDB, seu partido na época.
Ciro Gomes foi ministro da Integração Nacional de 2003 a 2006, no governo do ex-presidente Lula, e tocou o projeto de Transposição do Rio São Francisco. Ele deixou a Esplanada dos Ministérios para concorrer a deputado federal e foi eleito. Além disso, exerceu dois mandatos de deputado estadual no Ceará. (ANSA- Com Agência Brasil)
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