O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou na tarde desta quinta-feira (31), no Palácio dos Bandeirantes, sua renúncia ao governo do estado para manter sua pré-candidatura à Presidência da República.
Com a decisão, o vice-governador, Rodrigo Garcia (PSDB), assumirá o posto de Doria e se candidatará ao cargo para um mandato de quatro anos.
"Sim, serei candidato à presidência da República pelo PSDB. Nós vamos vencer, vamos vencer o populismo, a maldade, a adversidade, a corrupção. E juntos, todos nós, vamos ter um novo Brasil", disse Doria para os tucanos presentes.
A decisão foi anunciada após especulações de que Doria desistiria da pré-candidatura ao Palácio do Planalto, principalmente porque uma ala do PSDB tem orquestrado para que o candidato do partido à Presidência seja o ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.
No início de seu pronunciamento, Doria agradeceu Garcia pela lealdade e disse que ele será governador a partir do dia 2 de abril, além de que será reeleito nas próximas eleições deste ano.
"Como é bom olhar para os olhos das pessoas, Rodrigo e perceber esse sentimento de gratidão. E gratidão é aquilo que eu sinto por você, amigo, colega, parceiro, leal e dedicado", disse.
Doria também voltou a criticar a condução da política externa do presidente Jair Bolsonaro e a negligência do governo federal na luta pela vacina anti-Covid.
"Corremos em busca da ciência e das vacinas para salvar vidas, que estavam sendo negligenciadas no governo negacionista de Jair Bolsonaro. Agradeço à equipe de profissionais e cientistas do Instituto Butantan, médicos do comitê científico e profissionais de saúde de São Paulo", declarou.
Segundo ele, "acreditar na ciência é apostar na vida e acreditar no futuro. São Paulo cresceu cinco vezes mais que o Brasil nesses três anos, mesmo com a pandemia".
O então governador de São Paulo falou sobre sua família e sua educação cristã, condenou a ditadura militar e atacou o PT, partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Pesquisas mostram que nem Bolsonaro nem Lula tem a maioria da confiança dos brasileiros" afirmou Doria, ressaltando a rejeição de ambos. "Quero mostrar que é possível ter uma nova alternativa para o Brasil, uma alternativa de paz, de trabalho, de humildade".
De acordo com Doria, "a pressão dessa força de extremistas tem deixado difícil a construção de um consenso de uma aliança nacional contra os erros do petismo e do bolsonarismo. Vamos sim defender a democracia e a liberdade do Brasil".
O evento contou ainda com a presença do presidente do PSDB, Bruno Araújo, do presidente da Assembleia Legislativa, Carlão Pignatari (PSDB), do presidente da Câmara, Milton Leite (União Brasil), e do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). (ANSA)
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