A Justiça argentina ordenou nesta quinta-feira (13) a "libertação imediata" de todos os 114 manifestantes presos durante um protesto de aposentados contra o governo de Javier Milei, na tarde de ontem em Buenos Aires.
A juíza Karina Andrade citou o "direito constitucional fundamental à manifestação democrática e o da liberdade de expressão" sem prejuízo para que "o Ministério Público possa continuar a apurar a existência de conduta criminosa" para justificar a anulação das prisões em flagrante.
No entanto, a posição do judiciário entra em conflito com a do governo, conforme escreveu no X a ministra da Segurança Nacional, Patricia Bullrich.
"Os mais de 100 presos correm o risco de pegar até 20 anos de prisão" graças "à nova lei antimáfia" aprovada por Milei, que prevê detenções a qualquer pessoa envolvida em atos violentos ou bloqueios de vias públicas.
Já o porta-voz da presidência, Manuel Adorni, acrescentou na mesma rede social que Andrade "ordenou a soltura de 114 detentos, que ao lado de muitos outros, destruíram a cidade de Buenos Aires e atacaram as forças de segurança".
"Aqueles que lutam pela impunidade em todas as sentenças são cúmplices", afirmou Adorni.
A mobilização dos aposentados tem ocorrido semanalmente em frente ao Congresso Nacional para reivindicar reajustes nas aposentadorias, que têm sofrido diante da inflação e de outras medidas econômicas implantadas pela atual gestão. Mas membros da torcida organizada de diversos times e de vários sindicatos se uniram à manifestação, bloqueando ruas na capital argentina.
De acordo com dados oficiais, ao menos 26 agentes da polícia e 20 manifestantes ficaram feridos em meio à confusão da última quarta (12).
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