No quarto dia de protestos pró-UE na Geórgia, a polícia usou a força para expulsar os manifestantes em frente ao Parlamento em Tbilisi, com canhões de água e gás lacrimogêneo, e prendeu dezenas de pessoas, incluindo o proeminente líder da oposição Zurab Japaridze.
Segundo o Ministério do Interior da Geórgia, os confrontos deixaram aos menos 21 policiais feridos, sendo alguns "graves", além de 224 detidos desde o início dos atos. "Mesmo quem ia trabalhar acabou nas mãos quentes da polícia", relatou a imprensa local.
Por sua vez, o ministro da Saúde, Mikheil Sarjveladze, revelou que 37 pessoas foram levadas ao hospital durante o dia e a noite.
A ex-república soviética virou uma zona de guerra em razão das manifestações que contestaram os resultados das eleições locais e a decisão de Tbilisi em adiar o processo de adesão à União Europeia.
A presidente do país, Salome Zurabishvili, que é pró-Ocidente, disse que a mobilização pró-europeia e contra o governo "não dá sinais de que vai parar".
Hoje, inclusive, o protesto contra a decisão do governo de interromper as negociações para entrada na UE até 2028 também chegou às escolas. Em Tbilisi e também em outras cidades, como Kutaisi e Porti, os alunos de algumas escolas e seus professores abandonaram as salas de aula e saíram às ruas.
Já o primeiro-ministro georgiano, Irakli Khobadidze, acusou o protesto de ser financiado "do exterior" e disse que "não haverá revolução". Além disso, prometeu que o seu governo fará "todos os esforços" para aderir à União Europeia, embora na semana passada tenha anunciado que queria suspender as suas ambições de adesão, provocando manifestações em massa.
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