O ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, lançou de Buenos Aires "ofensiva política italiana na América Latina".
A missão de sistema iniciada com a Argentina, que vai ser encerrada na próxima quarta-feira (9) em São Paulo, no Brasil, "não é ocasional", explicou o chefe da Farnesina, mas faz parte de uma "estratégia precisa" do governo italiano de "um mosaico" que está sendo construído para incentivar as exportações, o crescimento e a internacionalização das empresas italianas, que não é de surpreender que incluam numerosos membros da sua delegação.
Após sua chegada à Argentina, não é excluída a da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, no próximo mês, quando estará no Rio de Janeiro para a reunião dos líderes do G20. Por enquanto continua sendo "uma hipótese", mas os trabalhos seguem acontecendo.
Oportunidades a serem aproveitadas não faltam: da energia ao lítio até as terras raras. No entanto, precisamos acompanhar a jornada das empresas. "Elas não devem se sentir sozinhas", alertou o vice-premiê do país europeu.
A mensagem dirigida à reunião de embaixadores, diretores do ICE e dos institutos culturais italianos da região não poderia ser mais clara: o sistema da Itália deve utilizar da melhor forma todas as ferramentas disponíveis para aprofundar os laços.
Da língua à cultura, da diplomacia do esporte às relações políticas mais intensas, nada deve ser esquecido.
Por outro lado, a comunidade empresarial italiana é uma das mais importantes da Argentina. "Mais de 300 empresas empregam cerca de 16,5 mil trabalhadores com um volume de negócios de cerca de 2,64 bilhões de euros nos setores automotivo, energético, infraestruturas, agroalimentar e seguros", lembrou Tajani.
Os investimentos das empresas italianas no país sul-americano já ultrapassam 1,5 bilhão de euros e, em 2023, o comércio ascendeu a 2,34 bilhões. "É o sinal de uma cooperação ininterrupta que pretendemos reforçar e aprofundar ao mesmo tempo que acompanhamos o processo de estabilização do quadro macroeconômico e financeiro do país", destacou o ministro, que propôs a Itália como uma "porta-voz da América Latina em Bruxelas".
Conceitos também reiterados na mesa redonda das empresas ítalo-argentinas, que contou com a presença, entre outros, do CEO da Techint, Paolo Rocca, holding com importantes investimentos nos campos de petróleo e gás de Vaca Muerta, na Patagônia argentina (fazem parte do grupo Tenaris, Ternium, Tecpetrol e Tenova).
"A esperança do governo italiano é poder fortalecer a parceria bilateral de 360 graus em todos os setores" com a Argentina, insistiu Tajani, que participou de uma comemoração de 7 de outubro levando às comunidades locais "uma mensagem de proximidade ao povo judeu".
O político italiano também se reuniu com o primeiro-ministro argentino, Guillermo Francos, e com o chefe da Justiça, Mariano Cuneo Libarona, tendo em vista a reunião de amanhã (8) com o presidente do país, Javier Milei.
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