O governo italiano convocou nesta terça-feira (3) a encarregada pelas Relações Exteriores da Venezuela para enviar "uma mensagem forte" sobre a transparência do voto das eleições de 28 de julho e, sobretudo, evitar a prisão do candidato da oposição Edmundo González Urrutia.
Em entrevista ao "Mattino Cinque News", o vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, destacou que é preciso "trabalhar muito pela paz e também pelos direitos".
"Penso na Venezuela, onde se tenta sufocar a liberdade naquele país. Ainda esta manhã, instruí os meus colaboradores, o secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, a convocar a encarregada de negócios da Venezuela", afirmou.
O chanceler italiano explicou que também tomou a decisão para solicitar maior atenção de Caracas aos pedidos para visitas consulares a compatriotas detidos.
Nas últimas horas, o Ministério Público da Venezuela emitiu um mandado de prisão contra González Urrutia, sob a acusação de suposta usurpação de funções, falsificação de documentos públicos, instigação à desobediência às leis, conspiração, sabotagem de sistemas e associação criminosa.
O candidato à presidência havia sido convocado pelo Supremo Tribunal da Venezuela para testemunhar, depois que o governo de Nicolás Maduro pediu ao órgão que revisasse os resultados das eleições, mas não compareceu.
A oposição denuncia que os resultados divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral e validado pela justiça foram adulterados e que o vencedor das eleições de 28 de julho foi González Urrutia.
Para o vice-premiê da Itália, uma eventual detenção do líder da oposição "seria verdadeiramente um sinal muito negativo".
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