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Corina Machado, a 'dama de ferro' que desafia Maduro

Corina Machado, a 'dama de ferro' que desafia Maduro

Saiba quem é a liberal que nunca se rendeu ao regime

CARACAS, 30 de julho de 2024, 09:45

Por Patrizia Antonini

ANSACheck
Corina Machado foi considerada inelegível © ANSA/EPA

Corina Machado foi considerada inelegível © ANSA/EPA

Ela nunca desistiu e também não desistirá desta vez. María Corina Machado, de 56 anos, também conhecida como a "Dama de Ferro" da Venezuela pela sua admiração pela ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, promete "lutar", em uma dimensão na qual se forjou em numerosos anos de combates contra o establishment socialista de Caracas.
    Fundadora do movimento Vente Venezuela e considerada a voz radical da oposição, a popularidade da ex-parlamentar cresceu no último ano, quando emergiu vencedora das primárias da oposição, com mais de 90% das preferências.
    Isolada da corrida presidencial por uma decisão da Controladoria geral que a tornou inelegível durante 15 anos, Machado não desistiu. "La pasionaria" liberal abraçou a candidatura do ex-embaixador Edmundo Gonzalez Urrutia - o único da Plataforma Democrática Unida (Pud) que não caiu sob a censura do governo de Caracas - e tornou-se o motor da campanha eleitoral antichavista do principal movimento.
    Ao lado de Gonzalez Urrutia, Machado percorreu todo o país, contra as intimidações e obstáculos do regime, que prendeu pelo menos 70 de seus colaboradores e simpatizantes, chegando até a fechar os restaurantes que ousaram lhe servir uma refeição.
    As suas palavras de ordem, "liberdade até ao fim" (título do seu modelo econômico), ressoaram em todos os cantos da Venezuela, que há anos está nas garras de uma crise profunda.
    Formada em engenharia industrial e especializada em finanças, a 'sifrina' (como são chamadas na Venezuela as meninas de boas famílias) acredita na liberdade individual e na propriedade privada como princípios fundamentais, e no Estado de direito como um conjunto de regras que regulam a convivência.
    A expoente liberal, que quer cortar os tentáculos do Estado e privatizar o máximo possível, incluindo a companhia energética Petróleos de Venezuela (Pdvsa), tem seu plano social favorável ao casamento homossexual e é flexível sobre a descriminalização do uso terapêutico da maconha, enquanto é contrária ao aborto, com exceção dos casos de estupro.
    A promessa de Machado é feita de "liberdade e democracia", com o sonho de trazer para casa os quase oito milhões de emigrantes, "como na reunião de uma grande família". Você pode apostar que ela não desistirá. (ANSA)

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