As negociações para formar um novo governo francês depois da conquista da esquerda nas eleições, cujo resultado deixou o Parlamento suspenso, "enfrentam um impasse", devido à "oposição sistemática" dos socialistas, denunciou o coordenador do França Insubmissa (LFI), Manuel Bompard, nesta segunda-feira (15).
O político francês acusou o Partido Socialista (PS) de "rejeição constante e contínua de todas as propostas sobre a mesa" para poder identificar um candidato ao cargo de primeiro-ministro que reúna o apoio de todos os componentes da Nova Frente Popular (NFP), de esquerda.
Em particular, Bompard acusou o líder do Partido Socialista (PS), Olivier Faure, de fazer "oposição total a quaisquer propostas diferentes das que saíram do seu partido".
Segundo ele, as últimas propostas bloqueadas pelo PS foram os nomes da ex-deputada socialista Huguette Bello e da presidente da Câmara de Lille, e filha de Jacques Delors, Martine Aubry.
Sobre a primeira, iniciativa do Partido Comunista, Faure disse não ser contra, mas reforçou que "os socialistas acreditam, e é normal, que o partido que ganhou as eleições europeias à esquerda é o Partido Socialista, a legenda nestas eleições legislativas que tem o maior dinamismo".
Já em relação à segunda proposta, o líder do PS afirmou que Aubry "foi consultada" e "não quer voltar a entrar na política neste nível".
Faure rebateu também a acusação de querer impor-se apenas para o cargo de primeiro-ministro, enfatizando que "não é uma questão pessoal", tendo em vista que "na semana passada propusemos outros socialistas".
Além disso, propôs "ampliar" a procura de um premiê da Nova Frente Popular para "uma personalidade da sociedade civil", após o fracasso da candidatura de Bello.
Na próxima quinta-feira (18), os deputados devem eleger o presidente da Assembleia Nacional. Entre os macronistas, Yaël Braun-Pivet é um dos principais nomes à própria sucessão. Na esquerda também circula o nome de Boris Vallaud, líder do grupo socialista.
De acordo com a imprensa francesa, citando fontes locais, o presidente Emmanuel Macron poderia esperar até ao final de agosto para nomear um novo governo.
Na semana passada, a esquerda francesa já havia criticado a recusa de Macron de formar governo até ser obtida uma "maioria sólida" no Parlamento, além de exigir a nomeação do novo primeiro-ministro.
Atualmente, o cargo é ocupado por Gabriel Attal, que chegou a pedir a renúncia após o pleito, mas Macron solicitou que ele permanecesse como premiê até que a situação seja definida.
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