O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, culpou o excesso de viagens pelo seu desempenho no primeiro debate das eleições de 2024 contra seu antecessor, Donald Trump.
"Não fui inteligente, decidi viajar pelo mundo duas vezes pouco antes do debate. Não ouvi minha equipe e quase dormi no palco", disse o democrata durante um evento de arrecadação de fundos para sua campanha na Virgínia.
Biden, 81 anos, viu aumentar os questionamentos sobre sua candidatura após ter se mostrado hesitante, confuso e até com dificuldades para falar no debate da semana passada contra Trump, que, mesmo sendo apenas três anos mais novo, aparentou estar em plena forma.
Em junho, o presidente viajou para a França para o 80º aniversário do Dia D, data que recorda o desembarque dos Aliados na Normandia na Segunda Guerra Mundial, e para a Itália, sede da cúpula do G7 em 2024.
No entanto, Biden voltou para Washington 11 dias antes do debate e passou quase uma semana se preparando no retiro de Camp David.
Biden teria admitido que não pode salvar candidatura
O presidente Biden estaria avaliando se mantém sua candidatura nas eleições de novembro.
A informação foi publicada pelo jornal The New York Times, que diz que o mandatário teria admitido a um aliado que pode não ser capaz de salvar sua campanha caso não consiga convencer o público nos próximos dias de que está apto para o cargo.
Ainda de acordo com o NYT, Biden sabe que suas próximas aparições, incluindo uma entrevista à ABC, serão essenciais, e um conselheiro disse que o presidente está "bem ciente das dificuldades políticas" para sua candidatura.
Em resposta, o porta-voz da Casa Branca, Andrew Bates, declarou que a reportagem é "absolutamente falsa". "Se o New York Times tivesse nos dado mais de sete minutos para comentar, teríamos dito isso", escreveu ele no X.
Enquanto isso, dezenas de congressistas democratas estariam avaliando enviar uma carta para pedir a retirada de Biden da corrida eleitoral, segundo a agência Bloomberg.
Kamala Harris seria favorita para substituir Biden
A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, seria a favorita para substituir Joe Biden caso o mandatário desista de concorrer à reeleição contra Donald Trump.
Segundo sete fontes da campanha de Biden, da Casa Branca e do Comitê Nacional Democrata ouvidas pela agência Reuters, ela seria a "melhor alternativa" para ocupar o lugar do presidente, embora tenha menos de 40% de aprovação.
Alguns democratas teriam proposto os nomes dos governadores da Califórnia, Gavin Newsom, e do Michigan, Gretchen Whitmer, mas, de acordo com a Reuters, democratas avaliam que excluir Harris seria "quase impossível" por ela ser vice-presidente.
Harris, no entanto, refutou essa hipótese. "Estou orgulhosa de ser a companheira de chapa de Biden. Derrotamos Trump uma vez e o venceremos de novo", declarou.
Uma pesquisa encomendada pela CNN entre eleitores registrados mostra Trump com vantagem de 49% a 43% sobre Biden em âmbito nacional e de 47% a 45% sobre Harris.
O republicano também está na dianteira contra Newsom (48% a 43%) e Whitmer (47% a 42%).
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