(ANSA) - Multada em 1 milhão de euros (R$ 5,4 milhões) por prática comercial desleal, a influenciadora italiana Chiara Ferragni anunciou que doará um valor equivalente a um hospital de Turim especializado em atendimento pediátrico.
A iniciativa chega três dias depois de o órgão antitruste da Itália ter aplicado sanções de 675 mil e 400 mil euros contra duas empresas de Ferragni, em um processo referente à promoção de um pandoro para beneficência em 2022.
A peça publicitária fazia acreditar que os recursos arrecadados com a venda do bolo natalino, que exibia a marca da influenciadora, seriam repassados ao Hospital Regina Margherita, em Turim. No entanto, a doação já tinha sido feita meses antes pela Balocco, empresa fabricante do pandoro, no valor de 50 mil euros - a companhia também foi multada em 420 mil euros.
"Sempre fui convicta de que quem tem mais sorte tem a responsabilidade moral de fazer o bem. Esses são valores que sempre moveram minha família. É isso que ensinamos a nossos filhos. Ensinamos a eles também que é possível errar e que, quando acontece, é preciso admitir, remediar e aprender com isso", disse a influenciadora em um vídeo nas redes sociais.
"E é isso que quero fazer agora: pedir desculpas e dar concretude a esse meu gesto. Vou devolver 1 milhão de euros ao Regina Margherita para apoiar o tratamento de crianças", acrescentou.
O valor é equivalente ao que as empresas de Ferragni teriam arrecadado com a venda do pandoro no ano passado.
O caso repercutiu até na política italiana, uma vez que a influenciadora encampa diversas causas associadas ao campo progressista, como o combate à violência de gênero e a defesa dos direitos da comunidade LGBTQIA+.
"Os influenciadores não são aqueles que ganham muito dinheiro vestindo roupas e bolsas ou promovendo panetones caríssimos, fazendo as pessoas acreditarem que será feita uma caridade, mas cujo preço servirá apenas para pagar cachês milionários", criticou a premiê de direita Giorgia Meloni, durante discurso em um evento de seu partido em Roma, no último domingo (17).
No vídeo divulgado nesta segunda, Ferragni reiterou que recorrerá contra a multa do antitruste por considerá-la "desproporcional e injusta", mas admitiu ter cometido um "erro de comunicação" por não ter separado completamente "qualquer ação de beneficência das atividades comerciais".
"Se a multa definitiva for, como espero, inferior àquela decidida, a diferença será acrescentada ao milhão de euros. Meu erro permanece, mas quero garantir que ele gere algo de construtivo e positivo", concluiu. (ANSA)
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