(ANSA) - O governo da Itália pediu para o Brasil executar a pena de nove anos de prisão do ex-jogador Robinho, condenado por estupro no país europeu. A informação foi divulgada com exclusividade pelo portal UOL, citando o despacho, nesta sexta-feira (17).
De acordo com a reportagem, o ministro da Justiça da Itália, Carlo Nordio, assinou o pedido no último dia 24 de janeiro e enviou ao governo brasileiro por meio de canais diplomáticos no dia 31 do mesmo mês.
As autoridades italianas também pedem o cumprimento da sentença de Ricardo Falco, amigo do ex-atacante do Milan. Os dois foram condenados em última instância na Itália por conta do estupro de uma jovem albanesa em Milão, em 22 de janeiro de 2013.
No documento, ainda segundo o UOL, Nordio pede "que o caso seja submetido a competente autoridade judiciária brasileira para que autorize, conforme a lei brasileira, a execução da pena de nove anos de reclusão infligida a Robson de Souza pela sentença do Tribunal de Milão em data de 23 de novembro de 2017, que tornou-se definitiva em 19 de janeiro de 2013".
Além disso, o governo italiano explica que o Ministério da Justiça pediu ao Brasil a extradição de Robinho e de Falco em setembro de 2022, solicitação negada em novembro passado porque o artigo 5 da Constituição brasileira proíbe a extradição dos cidadãos nacionais.
"Constatado que o próprio Ministério brasileiro manifesta a possibilidade de formular um pedido de execução no Brasil da pena infligida na Itália ao nacional Robson de Souza, a Procuradoria da República junto ao Tribunal de Milão, pediu que seja dado andamento ao processo previsto no Tratado de Extradição entre Itália e Brasil, à luz da lei da Migração n.13.445/2017 e que considerado portanto que a referida execução pode ser solicitada ao abrigo do artigo 6, parágrafo 1 do Tratado de Extradição entre a Itália e o Brasil", acrescenta o despacho, citado pelo portal brasileiro.
Após a publicação, o UOL entrou em contato com Robinho, que disse não ter "ciência de nada nesse sentido".
Entenda o caso -
O ex-atacante e seu amigo Ricardo Falco foram condenados por conta do estupro de uma jovem albanesa em 22 de janeiro de 2013, quando a vítima tinha 22 anos de idade.
A mulher estava na mesma boate que Robinho e cinco amigos dele, em Milão, mas só se juntou ao grupo após a esposa do então jogador do Milan voltar para casa.
Segundo a acusação, Robinho e seus amigos ofereceram bebida à vítima até "deixá-la inconsciente e incapaz de se opor". De acordo com a reconstrução feita pelo Ministério Público, o grupo levou a jovem para um camarim da boate e, se aproveitando de seu estado, praticou "múltiplas e consecutivas relações sexuais com ela".
Os outros quatro envolvidos no caso não foram rastreados pela Justiça da Itália e não puderam ser processados.
Em uma conversa telefônica grampeada, Robinho disse ao amigo Jairo Chagas, que o alertara sobre a investigação: "Estou rindo porque não estou nem aí, a mulher estava completamente bêbada, não sabe nem o que aconteceu".
"Olha, os caras estão na merda. Ainda bem que existe Deus, porque eu nem toquei naquela garota. Vi os outros foderem ela, eles vão ter problemas, não eu. Eram cinco em cima dela", afirmou.
No entanto, após Chagas dizer que havia visto Robinho "colocar o pênis dentro da boca" da vítima, ele respondeu: "Isso não significa transar". Os advogados do ex-jogador alegam que ele é inocente e que a relação foi consensual.
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