O padre jesuíta contou isso em entrevista à Veja, na qual afirma ter encontrado uma universidade respeitada, com corpo docente de primeira linha e forte vocação para a pesquisa, mas com "frágil equilíbrio fiscal". No ano passado, as perdas se aproximaram de 1 milhão de euros (R$ 5,6 milhões).
Para promover as mudanças, o padre Anderson assumiu o papel de CEO, adotando para a instituição acadêmica sem fins lucrativos um método normalmente aplicado a grandes empresas privadas internacionais. Tudo perfeitamente alinhado com a tradição jesuíta "focada na resiliência, na disciplina e na obtenção de resultados", afirma.
No curto prazo, o objetivo é alcançar a estabilidade financeira, começando pela redução de custos. Não com demissões, mas conectando departamentos e ganhando eficiência com a racionalização dos serviços. No longo prazo, em 10 anos, o padre Anderson pretende transformar a PUC-Rio em uma universidade totalmente gratuita.
Atualmente 40% dos estudantes universitários beneficiam de bolsas integrais ou parciais. Quando o fundo PUC-Rio atingir o patrimônio dedicado de R$ 500 milhões, será possível oferecer bolsas para todos.
Para isso, a aposta será em duas frentes. A primeira é ampliar parcerias com o setor privado, área em que a PUC já é considerada uma "potência" com contratos de cerca de US$ 50 milhões em projetos de pesquisa e desenvolvimento com empresas do setor energético (Petrobras, Shell e Eletrobras, entre outras), mineração (Vale), financeira (Itaú e Santander) e transportes (Randon e Embraer).
A segunda frente envolve maior arrecadação de doações para seu fundo. Mudanças como as ocorridas na PUC-Rio não acontecem sem resistências, porém, as dúvidas já tendem a se dissipar diante dos primeiros resultados concretos.
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